PMF

Foto: LFS / Agência ECCLESIA

Manuel Linda lançou a ideia da realização de uma peregrinação a Fátima, em 2017, que integrasse militares e polícias dos países lusófonos, no contexto das comemorações do Centenário das Aparições

O bispo das Forças Armadas e de Segurança, Manuel Linda, propôs esta sexta-feira, 17 de junho, em Fátima, a realização de uma peregrinação internacional com militares e polícias dos países lusófonos, no próximo ano, por ocasião das comemorações do Centenário das Aparições. O Presidente da República apladiu a ideia.

«Se a nossa história se cruzou com a de tantos povos, no próximo ano, Centenário das Aparições, não seria altura de convidar os militares e polícias que constituem o espaço da lusofonia para um reencontro neste altar da paz no mundo, após tantos desencontros e vicissitudes que nos separaram e opuseram e deixaram marcas de dor em ambos os lados?», interpelou o prelado na Missa da Peregrinação Militar Nacional a Fátima, que se realizou na Basílica da Santíssima Trindade.

«Sei bem que as distâncias geográficas são inultrapassáveis. Não obstante, ouso sonhar. Lanço o repto aos agentes políticos e às chefias militares e policiais: com algum apoio logístico, talvez isso pudesse passar do sonho à realidade», adiantou o bispo castrense.

Presente na celebração, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acolheu o desafio com agrado. «Já havia uma ideia do Ministro da Defesa Nacional e do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas de associar, eventualmente, os camaradas de armas dos países de língua portuguesa à celebração do 10 de junho. Pode acontecer que isso proporcione uma presença aqui daqui a um ano», afirmou, à saída da Eucaristia.

Quanto à eventualidade de um encontro deste género servir para sarar as feridas entre os países da lusofonia, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que ao longo dos anos têm havido gestos e iniciativas que têm ido nesse sentido: «Recordo-me que o marechal Spínola teve um reencontro com antigos combatentes da Guiná-Bissau. O mesmo aconteceu com o marechal Costa Gomes, em relação a antigos combatentes, quer em Moçambique, quer em Angola, e também com o Presidente [Ramalho] Eanes. Portanto, há uma longa história que pode ter uma sequência para o ano».

Na homilia, a que assitiram elementos dos vários ramos das Forças Armadas e das várias forças de segurança, assim como os seus familiares, Manuel Linda recordou que a Mensagem de Fátima continua hoje «a interpelar a História», como um convite à «paz» e ao «humanismo». «O mal, que tantas vezes é tão forte que parece quimicamente puro, fruto dos corações não transformados pela graça, é passagem e não meta, é momento efémero e não realidade definitiva. Mas, precisamente por isso, também constitui forte interpelação que não nos pode deixar indiferentes”, afirmou o prelado

in. Fátima Missionária

Fat3