Celebram-se os 142 Anos da presença da Polícia de Segurança Pública na cidade de Braga.
Para assinalar a efeméride realizou-se ontem, 29 de maio, no Altice Forum em Braga, um Concerto pela Banda da PSP.
Hoje, da parte da manhã, D. Rui Valério presidiu a uma Missa na Igreja de S. Pedro e S.Paulo, naquela cidade.

Na sua homilia o prelado enalteceu a missão da PSP cuja principal função é «mostrar e indicar o caminho seguro que conduz ao bem, à liberdade e à vida». Para isso esta Força Policial «tem em cada Esquadra um saudável viveiro que gera e difunde a cultura da legalidade, do respeito e da segurança. E cada um dos seus agentes é um cultor de autêntico humanismo. Sem estes incontornáveis fundamentos, nenhum contexto social, nenhum ambiente humano consegue alcançar o bem comum e a promoção de cada pessoa».

Esta realidade baseia-se na certeza de que o bem comum «é ditado pelo sentido profundo da dignidade de todos os seres humanos», e que «perante a lei, defendida e promovida por vós, todos os cidadãos são e têm de ser iguais».
«Nessa medida, a vossa é uma ação com um elevado teor e cariz civilizacional. Na verdade, um dos sinais mais visíveis e importantes de civilização é o reconhecimento de iguais direitos e iguais deveres a todos os seres humanos. Nessa medida, caros Policias, a vossa é uma obra civilizacional. Porque, na verdade, e a história demonstra-o, a ausência de padrões de legalidade, consubstanciados no estado de direito, e a falta de segurança geram sempre discriminações sociais, com nefastos resultados para os mais frágeis, com menor capacidade de meios para se defenderem e autopromoverem, ao mesmo tempo que, como insistentemente tem referido o Papa Francisco, gera novos redutos de marginalidade. É que a injustiça atinge sempre os mais pobres e fere os últimos da escala social. “Últimos” são aqueles que vivem na mendicidade porque estão sós no mundo, sem forças e sem capacidade para ganhar o próprio sustento; últimos são aqueles que não têm voz e, por isso, são remetidos para a exclusão social; últimos são aqueles cujo sofrimento oculto dentro das paredes de suas casas é impercetível ao mundo. De todos estes, vós vos tornais e vos fazeis próximos quando garantis a segurança, evitais a violência, impedis os abusos, socorreis os aflitos, acompanhais os desamparados… », afirmava o Ordinário Castrense.

Continuando a sua reflexão D. Rui disse depois que a par da Segurança, assegurar a Liberdade é também uma das facetas da missão da Policia de Segurança Pública. «Seu apanágio e sua sabedoria é a reconhecida capacidade de, ao mesmo tempo, garantir a segurança dos cidadãos sem sacrificar a sua liberdade. Cada uma das vossas intervenções evidencia sempre a vossa autêntica vocação de “instrumentos da segurança e da liberdade dos povos” e “contribui decididamente… para estabelecer a paz”, segundo a feliz expressão do Concílio Vaticano II
A Cerimónia aconteceu na Igreja de São Paulo e São Pedro, na cidade de Braga. Olhando para a afirmação do Apóstolo S. Paulo, “combati o bom combate, conservei a fé”, o Bispo Castrense agradeceu aos policiais «porque, não obstante lidarem, no exercício da vossa missão, com o que o ser humano tem de, digamos, mais obscuro, por vezes mais vil e torpe, continuais a reafirmar a vossa disponibilidade, dedicação e entrega para garantir a segurança de todos os cidadãos
«Em cada manhã, deixai-vos, pois, renovar por um novo ardor de serviço à causa comum, ao ser humano, não obstante os possíveis dissabores do dia ou dos dias anteriores; não obstante as desilusões provocadas por comportamentos menos dignos. Como São Paulo, combatei o bom combate da verdade e da justiça, conservai sempre a confiança no ser humano e no mundo. O mesmo São Paulo oferece-nos o método para perseverar nesse nobre e necessário desígnio: por um lado a sua ligação a Deus como fonte da confiança na humanidade; por outro lado, a sabedoria e disposição da escuta da Palavra. Como sabeis, uma imagem tem sempre muito peso e muito valor e vós, no vosso dia a dia, vedes muito; participais em inúmeras situações; viveis, na primeira pessoa, muitas circunstâncias… Afinal, o vosso campo de trabalho são as ruas, os bairros, cada recanto, cada local em que vivam pessoas e haja realidade… é o mundo. Não vos fiqueis apenas pelos cenários que o campo da vossa ação vos oferece, pode ser pesado demais; dedicai tempo à escuta da Palavra de Deus que é palavra de vida. A primeira leitura mostrava-nos o mesmo apóstolo Paulo altamente empenhado no seu anúncio», apelava.

 

Nesta Celebração Eucarística não foram esquecidos os elementos da PSP falecidos. D. Rui Valério confiou-os ao Senhor, concluindo as suas palavras pedindo que «Sirva a todos nós de encorajamento o modelo destes colegas que, cumprindo fielmente o próprio dever, alcançaram os píncaros do heroísmo e, por vezes, da santidade».
 
Ainda hoje às 10h30, decorreu uma demonstração cinotécnica no Altice Forum Braga e às 14h00 inicia o “Fórum Segurança”, onde se vai discutir “Segurança Pública/Segurança Privada” e que terá no encerramento as intervenções da Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, o Diretor Nacional da PSP e o Presidente do Município de Braga.
 
O Dia Festivo termina às 16h30 com uma Sessão Solene comemorativa do aniversário do Comando Distrital de Braga com as alocuções, imposição de condecorações e entrega do “Prémio Patrulha”.