Memorável: é assim que se pode classificar a celebração pascal no Estabelecimento Prisional Militar de Tomar.

Foi na tarde de 11 de Abril. Numa ampla tenda, montada no exterior do EPM, concentraram-se todos quantos se relacionam com esta Instituição: detidos e militares e civis lá colocados em serviço. Mas não faltaram também autoridades locais, representante da DARH, outros militares que quiseram estar com os seus camaradas presos, visitadores, muitos capelães, etc. E, obviamente, o Comandante local, TCor Mota Pereira.

A procissão de entrada organizou-se a partir do interior do EPM. Um grupo coral suportou o canto e ajudou a participação. Para além da cruz, uma grande imagem de São Maximiliano Kolbe conferia um ar espiritual ao ambiente. Na homilia, D. Manuel Linda aproveitou-se do exemplo deste santo, assassinado no campo de concentração de Auschwitz, para ilustrar os efeitos da fé e da Páscoa: “Todos somos chamados a ser santos. E ninguém tenha medo de o ser, pois a santidade é uma coisa boa e nós aspiramos ao bem. Mas, em concreto, que é ser santo? É aproximar-se o máximo possível de Deus a tal ponto que deixemos que Ele viva no nosso coração. E é, também, não voltarmos as costas aos irmãos, mas fazermos nossas as suas dores e sofrimentos. Foi o que fez S. Maximiliano Kolbe: porque se habituou a não colocar o centro de gravidade em si próprio, mas no Deus para quem sempre viveu, não hesitou, quando as circunstâncias o exigiram, em oferecer a sua vida por aquele outro prisioneiro –por sinal um militar- que precisava desesperadamente de socorro. Caros cristãos, eis, pois, os vectores da vida crente: que Deus e os irmãos tenham total primazia sobre os nossos próprios interesses, quase sempre mesquinhos”.

No final, em espaço contíguo, um excelente lanche permitiu o contacto que, por momentos, abateu todas as fronteiras: não havia detidos e livres, mas amigos que dialogavam e conviviam.

É capelão deste EPM o P. José Manuel Costa.