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A Guarda Nacional Republicana reserva o dia litúrgico de Nossa Senhora do Carmo para honrar a sua Padroeira. E fá-lo sempre com renovado brilho.

Não obstante, este ano, coincidir com o dia de Sábado, largas dezenas de militares da Guarda Nacional Republicana vestiram a sua farda de gala para, com o garbo e aprumo que os caracterizam, honrarem a sua Padroeira, Nossa Senhora do Carmo, no seu dia litúrgico: 16 de Julho.

A celebração decorreu de acordo com o que já é tradicional. A imagem da Senhora foi retirada da capelinha do Comando-Geral num novo andor, a estrear, aos ombros de militares da Guarda. À porta de armas, recebeu os cumprimentos que se prestam às mais altas individualidades: toque de continência e apresentação de espadas.

Alguns metros à frente, São Nuno de Santa Maria, o Santo Condestável que mandou edificar este antigo convento, esperava a Senhora, sob cujo manto se refugiou. Com ele, muitos e muitos Irmãos da Ordem Terceira do Carmo. Iniciou-se, então, a procissão para a basílica dos Mártires, onde foi celebrada a Eucaristia. Presidiu D. Manuel Linda, acompanhado pelo Capelão Chefe da GNR, P. Agostinho Freitas, e pelo Assistente Espiritual dos Terceiros Carmelitas, P. Rogério. O bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança referiu a ligação desta Ordem religiosa ao monte do “Carmo” ou “Carmelo” e a sua filiação no espírito do profeta Elias, paladino do pureza do culto ao Deus vivo. E acentuou a necessidade actual deste espírito, numa época de sincretismo religioso e de «new age» em que a religião aparece como meros ténues fumos de espiritualidade.

No final da Missa, dirigindo-se ao Segundo Comandante-Geral da GNR, generais, oficiais, sargentos e guardas, disse: “Há muitas formas de rezar e de exteriorizar a fé. E nós precisamos da vossa forma típica de vos relacionardes com o Sagrado: os toques, a apresentação dos guiões, o rufar do tambor para marcar o passo, as vossas fardas, a continência e até a maneira muito «masculina» de entoardes os cânticos religiosos. Espero, pois, que esta tradição, que vem dum passado já longínquo, continue no futuro mediante os homens e mulheres que, na Guarda, são portadores da fé e querem honrar a sua Padroeira”.

No final da Missa, voltou a organizar-se a procissão para o local donde tinha partido. Ao chegar ao Largo do Carmo, São Nuno Álvares Pereira já estava à espera da sua Mãe do Céu. Para espanto dos inúmeros turistas que registaram o momento com imensas fotografias, Nossa Senhora lançou-lhe um ternurento olhar, após o que regressou à sua «casa». Não sem que, antes, porém, os actuais militares, continuadores da profissão que celebrizou o Santo Condestável, voltassem a prestar honras à sua Padroeira.

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