A pedido da Força Aérea, o «bom Papa» João XXIII declarou Nossa Senhora do Ar sua celestial Padroeira a 15 de Janeiro de 1960.

Desde então, sempre se celebrou esta memória litúrgica. Normalmente, em alguma Unidade como, nos últimos anos, nas Estações de Radar de Montejunto ou de Paços de Ferreira. E precisamente no dia 15 de Janeiro. Porém, o Estado-Maior da FAP entendeu que era chegado o momento de esta celebração passar a integrar o plano de actividades deste prestigiado Ramo e de se fazer uma celebração «nacional».

Foi o que aconteceu este ano. Na igreja da Força Aérea, reuniram-se o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, antigos homólogos, vice-Chefes do Exército e Marinha, Generais, vários adidos militares acreditados em Portugal, oficiais, sargentos, praças e civis provenientes de todas as U/E/O da FAP, cadetes da Academia, representantes do único Agrupamento de Escuteiros do Ar, sediado na Base Aérea do Montijo e todos os Capelães que servem este Ramo.

A Missa foi festiva e solene. Como sempre, o Coro da Academia da Força Aérea cantou com alma e coração. O terno de clarins e a percussão concederam aquelas notas tão típicas da liturgia em contexto militar que sempre emocionam. E os Escuteiros e civis emprestaram uma tónica de pluralismo e familiaridade.

Na homilia, D. Manuel Linda, para além de acentuar a alegre surpresa de ver esta celebração transformada em actividade nacional da Força Aérea, desenvolveu o tema da coragem, tão típico dos pilotos e dos outros militares, frequentemente chamados a missões de socorro, de buscas e de transporte de doentes em contexto de extrema dificuldade. E referiu: “Há quem garanta que a mulher é mais corajosa do que o homem. Não sigo por esse plano inclinado. De qualquer forma, vem-me à memória a obra célebre de um dos grandes escritores do século XX, Bertold Brect: «Mãe-coragem e os seus filhos». Pois bem, a Mãe-coragem é Nossa Senhora. Coragem extrema de assumir a muito «estranha» gravidez; coragem de ir ao encontro da prima Santa Isabel numa época em, que as viagens eram perigosíssimas; e, fundamentalmente, coragem de aguentar de pé, sem vergar, a dor extrema de ver o Filho a morrer na cruz. Ela é a «Mãe-coragem». Vós, caros militares da Força Aérea, sois «os seus filhos». Filhos que copiam dela a coragem, a determinação do bem e o seguimento de Cristo. E que sabem que obtêm dela a protecção e o amor maternal”.

A celebração terminou, como é habitual na Força Aérea, a cantar o hino de Nossa Senhora do Ar e a pedir: “Nossa Senhora do Ar/Guiai-nos pelo além fora/Pra que possamos voltar/Pra que possamos voltar/Ò minha Nossa Senhora