Na pessoa de Sua Excelência o Senhor GEN (nome), Comandante (???? dizer a função dentro da peregrinação) estendo a minha mão para saudar cordialmente quantos participam nesta 56ª Peregrinação Militar Internacional a Lourdes: aceitem os meus cumprimentos e os votos de boa viagem.
Por motivos pastorais, este ano não posso participar com vocês nesta importante manifestação de fé. Mas, se não estarei fisicamente com o grupo, nem por isso deixarei de com ele sintonizar espiritualmente ao longo de todos os dias. Mesmo dentro do país, também eu procurarei realizar os três «momentos» mais típicos das peregrinações: uma ruptura com as nossas preocupações do dia-a-dia, por mais legítimas que sejam, para criarmos espaço para Deus; um sentirmo-nos mais grupo e menos individualistas, ao compartirmos as mesmas condições e formas de vida, pois é impossível viver a nossa fé fora da comunidade; uma mudança ou renovação de vida, já que os actos a realizar são sempre propiciadores desta entrada no santuário da nossa interioridade e, a partir daí, intentarmos a recriação da própria existência.
Esta é uma peregrinação militar e internacional. Para mais, comemora o centenário da terrível 1ª Guerra mundial. Que ela constitua uma forma de mostrar à sociedade que os militares são os maiores amigos da paz. E que, mesmo que tenham de empunhar armas, não o fazem pelo gosto da violência, mas para defenderem a vida, a liberdade e a dignidade do seu povo. E então, como São Nuno de Santa Maria ou São Nuno Álvares Pereira e tantos outros santos que viveram a condição militar poderão dizer com toda a convicção: ser “servidor de Cristo [é ser] servidor da paz”!
Acompanhe-vos a ternura maternal da Mãe de Jesus, Nossa Senhora de Lourdes. E acompanhe-vos também os meus votos de boa viagem e profícua peregrinação.
Manuel Linda
Bispo das Forças Armadas e de Segurança