Como de costume, no âmbito do almoço de Natal do Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana, celebrou-se Missa na basílica dos Mártires. Presidiu o Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança. O P. Agostinho Freitas, Capelão Adjunto, concelebrou.
Na homilia, D. Manuel Linda acentuou dois pontos: o sentido da familiaridade que esta época transmite e o Natal como um dado da nossa cultura. Quanto ao primeiro aspecto, afirmou que o Natal nos atrai porque nos apresenta realidades a que estamos habituados e que nos dizem muito: uma mãe, um pai e um bebé. É este sentido de família que deve ser expandido até à dimensão global, de todo o mundo. Mas não se pode esperar que o mundo seja uma família se, antes, não se constrói familiaridade nos ambientes em que cada um de nós se move. E vincou: “Da mesma forma que, nas nossas famílias de sangue, nos alegramos ou entristecemos com as alegrias ou tristezas de cada membro e todos se preocupam com os que sofrem, assim tem de acontecer na Guarda: precisamos de uma especial sensibilidade para descobrir o que se passa de ânimo ou desânimo no interior de cada camarada e marcar presença fraterna junto desse irmão, fazendo nossas as suas dificuldades e angústias. Que nas Unidades, Comandos, Destacamentos e Postos, cada militar seja o anjo da guarda do seu camarada”.
Quanto à dimensão cultural do Natal, referiu situações em que, por motivos de um falso diálogo inter-religioso ou mal-entendido respeito por outras crenças se chega a proibir a referência ou representação do presépio, criando, assim, um vazio cultural. E assegurou: “Segundo o velho princípio da física, «a natureza tem horror ao vácuo». Também na cultura, se negarmos a dimensão religiosa cristã, outras perspectivas virão preencher esse vazio. Mas então, deixaremos de ouvir falar de paz, de amor, de fraternidade, de liberdade, etc., para passarmos a escutar apelos à guerra, à desestabilização social, à imposição de doutrina, ao terrorismo, á barbárie, precisamente em nome de uma qualquer divindade que nos é estranha. A civilização ocidental tem, portanto, de escolher o que deseja: ou respeito pela cultura humanista de base cristã ou imposição de uma outra, pouco amiga da pessoa e da sua dignidade”.
A seguir a esta Missa, solenizada pelo Coro da GNR e participada pelo Comandante-Geral, vários Oficiais Generais, Oficiais, Sargentos, Guardas e Civis, decorreu um lauto almoço nas instalações do Carmo, já com a presença da Ministra da Administração Interna e seus Secretários de Estado.