Aproxima-se a Solenidade da Páscoa do Senhor. Como é costume, as Unidades, Escolas e diversos Organismos, que constituem o Ordinariato Castrense, não se privam de a celebrar.
Foi este o propósito que levou D. Rui Valério, hoje, dia 10 de abril, à Escola Naval, onde foi recebido pelo Comandante, Almirante Marques Simões, e por todos aqueles que servem e estudam neste Estabelecimento de Ensino.
O prelado presidiu à Celebração Pascal, concelebrada pelo pe. José Ilídio Fernandes, Vigário Geral Castrense, e pelo pe. Licínio, capelão da Escola Naval, numa cerimónia em que três militares receberam o Sacramento do Batismo, oito o Sacramento do Crisma e um recebeu pela primeira vez a Santíssima Eucaristia.
Ao Coro da Escola Naval coube a Animação Litúrgica.
Na sua homilia, depois de citar uma passagem do Diário de Miguel Torga, onde o escritor medita sobre a força gregária do mar, D. Rui, olha para essa força capaz de criar Solidariedade, como intimamente ligada à Páscoa: «O mar, com as suas enormes capacidades, cria uma “Mística”, um “Estilo” naquelas e naqueles que dele fazem a sua pátria e a sua casa. E é sobre isso mesmo que queria hoje refletir convosco, muito ao jeito de Nietzsche que falava do “homem da terra”, também se pode falar do “homem do Mar”, ou seja, daquele que vive a vida a partir do que o mar suscita e plasma. Tanto mais que, pela sua composição de água, o mar é fonte de vida. Aliás, toda a vida tem a sua fonte na água, até mesmo a vida cristã que inicia com o Batismo, que é mergulhar nas águas para ser regenerado nova criatura. Vejo então que há uma ligação entre o Mar e a Páscoa. A Páscoa induz-nos a contemplar e a celebrar Jesus Cristo que derrama o seu sangue para nos salvar; oferece a sua vida por nós. Tal como o Mar suscita esses sentimentos. Por isso, a grande força que emerge tanto da Páscoa como do Mar é: nós somos para a vida, não para a morte. E é nesta celebração da vida que afunda as suas raízes a camaradagem verdadeira.»
Partindo depois da saudação “a paz esteja convosco” escutada no Evangelho, D. Rui continua a fazer um paralelismo entre a grande mensagem da Páscoa que é a Paz, «dom realizado com a Ressurreição e oferecido à humanidade para um mundo novo, construído pela graça do Espírito de Deus», e o Mar, «na medida em que une os povos e se faz lugar de passagem sobre o qual todos os homens e mulheres se tornam iguais (irmãos), porque têm de enfrentar os mesmos perigos, passam pelas mesmas dificuldades, sofrem as mesmas ameaças.»
Depois da Missa seguiu-se o almoço convívio com toda a Guarnição e alguns familiares, na Messe dos Cadetes.