A Visita do Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Rui Valério, a S. Tomé e Príncipe concluiu-se, de uma forma altamente simbólica, com a Celebração da Eucaristia no Seminário Diocesano do Arquipélago. Esta casa de formação tem como patrono o Apóstolo São Paulo cuja festa se celebrou na sexta-feira, dia 25 de janeiro e, no dia seguinte, assinalou-se, com uma Solene Eucaristia, o «Dia do Seminário-São Paulo».
Os nossos militares, que participaram na cerimónia, puderam conhecer os seminaristas que, se Deus quiser, serão futuros sacerdotes e ainda os respetivos familiares.
Na sua homilia, o prelado, tendo como referência a Liturgia do dia, refletiu sobre três palavras, revelando o alcance espiritual que as mesmas encerram.
A primeira foi “Caiu”: São Paulo, na primeira leitura, referindo-se à experiência que viveu a caminho de Damasco, escreve: “Sucedeu, porém, que, no caminho, ao aproximar-me de Damasco, por volta do meio-dia, de repente brilhou ao redor de mim uma intensa luz vinda do Céu. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’ (Act 22, 6-7).” São Paulo caiu, porque tinha construído a sua vida sobre algo que era débil e frágil e por isso cedeu; assim, esta queda foi abençoada porque o convenceu a deixar o efémero e a edificar uma nova história sobre O que não fraqueja, que não cede, é eterno e por isso sólido… Ou seja, ergueu a sua vida sobre Jesus Cristo. Também nós somos chamados a construir a vida sobre Aquele que nos mantem firmes e sólidos. A fé é esta firmeza enxertada em Cristo.
A segunda palavra foi a pergunta de são Paulo: “Que hei de fazer, Senhor?” (Act 22, 10): Revela aceitação e envolvimento na própria obra de Deus, sendo esta a pergunta fundamental que nos sintoniza com a Sua santa vontade: “Senhor, que quereis que eu faça?” e é a trave do discernimento vocacional.
Enfim, a terceira palavra foi «Ide»: Jesus ressuscitado aparece aos Onze e diz «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.» (Mc 16, 15). Para além de expressar o envio, estabelece a missão como realização do sentido da própria vocação cristã. De todos as ações testemunhadas ao longo do evangelho, o «IR» condensa o maravilhoso mistério da história da salvação. Também a Igreja tem atravessado os séculos, desde as origens da Igreja até hoje, irradiando a graça do amor indo ao encontro do mundo.
No final da Eucaristia, o Senhor VALM Henrique Gouveia e Melo, Comandante Naval, tomou da palavra para encorajar os seminaristas a prosseguir a sua caminhada e para explicar a estes futuros sacerdotes e aos seus formadores, bem como ao povo reunido na celebração, a razão da presença dos militares portugueses em São Tomé e Príncipe e como a sua ação, levada a cabo num verdadeiro espírito de cooperação, é altamente vital para aquele país.
Terminou assim a primeira das visitas que irá levar o Ordinário Castrense de Portugal pelos diversos Teatros de Operações onde se encontram militares portugueses.
A próxima será já no mês de fevereiro à República Centro Africana, onde cerca de 200 militares lusos, numa missão da ONU, têm como primeiro objetivo garantir a proteção das equipas das Nações Unidas em operações de “desarmamento, desmobilização e reintegração” para assim se garantir a paz na região.