A Guarda Nacional Republicana celebrou, na cidade de Vila Real, a 29 de maio, o Dia do Guarda Florestal.
Os Guardas Florestais integram a Guarda Nacional Republicana desde o ano de 2006 inseridos no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) desta Força de Segurança.
Na Sé Catedral de Vila Real, pelas 09H30, foi celebrada a Missa de Ação de Graças pela extraordinária atividade desenvolvida pelos Guardas Florestais na defesa do Ambiente, e em homenagem e sufrágio pelos Guardas Florestais falecidos. Esta Missa, que foi presidida pelo Capelão Chefe do Serviço de Assistência Religiosa da GNR, P. Agostinho Rodrigues de Freitas, foi concelebrada pelo Pároco da Paróquia da Sé de Vila Real, P. Coutinho, e pelo Capelão do Comando Territorial de Vila Real, P. Arménio Gaspar Almeida, e participada pelo Comandante do Comando Operacional, Tenente-General Nuno Augusto Pires da Silva, pelo Comandante do Comando Territorial de Vila Real, Coronel Leal, pelo Diretor do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), Cor Caeiro, por Oficiais, Sargentos, Guardas e civis, com particular incidência, por Guardas Florestais vindos de várias Unidades Territoriais da GNR.
Na homilia, o Capelão Chefe do SAR da Guarda, inspirando-se na Encíclica “Laudato Sì” do Papa Francisco, refletiu sobre o cuidado a ter com a Terra, a “nossa casa comum”. Depois de, à luz do referido documento, identificar as “dores” e “gemidos” da terra, disse que “é imperioso uma “conversão ecológica”, uma “mudança de rumo”, que provavelmente terá que passar por um novo estilo de vida, assumindo a urgência e a beleza do desafio de defender o Ambiente. Recordou o Papa Francisco, que disse: “urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar”.
Sobre o contributo que os Guardas Florestais dão, referiu: “A sua ação de cuidar da natureza, (permitam-me esta terna leitura em Dia de Ação de Graças), nos ajuda a entender o olhar de Jesus sobre ela, convidando-nos a reconhecer a relação paterna de Deus com todas as criaturas, conforme ouvimos no Evangelho desta celebração: “Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as”. Jesus nos convida a olhar a beleza que existe no mundo. Ele próprio vivia em contacto permanente com a natureza e prestava-lhe uma atenção cheia de carinho e admiração, conforme, também, ouvimos há pouco: “olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! Pois eu digo-vos: nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles”. Os Cidadãos precisam dos Guardas Florestais e de toda a ação da Guarda na defesa do Ambiente para viverem como Jesus vivia em plena harmonia com a criação. Jesus não se apresentava como um asceta separado do mundo ou inimigo das coisas aprazíveis da vida. Encontrava-se longe das filosofias que desprezavam o corpo, a matéria e as realidades deste mundo. Aprendemos com o Mestre e contamos com todos os Servidores do Ambiente, concretamente com os Guardas Florestais, a desfrutar deste sublime dom de Deus que é o universo material são,o qual é uma linguagem do amor de Deus, uma expressão do seu carinho por nós. O solo, a água, as montanhas, que os nossos Guardas Florestais defendem, são carícia de Deus. A história da própria amizade com Deus desenrola-se sempre num espaço geográfico que se torna um sinal muito pessoal, e cada um de nós guarda na memória lugares cuja lembrança nos faz bem”, recordou o Papa. “Quem nasceu envolvido pelo mar, quem cresceu no meio das montanhas ou em planícies, quem na infância se sentava junto de um riacho, ou quem jogava numa praça do seu bairro, quando volta a esses lugares sente-se chamado a recuperar a sua própria identidade. Defendendo estes espaços, os nossos Guardas Florestais defendem a identidade de cada um de nós”, disse.
Depois invocou a Padroeira da Guarda, Nossa Senhora do Carmo, dizendo: “Carmo” vem de “Carmelo”, o Monte do Profeta Elias. Sabemos que na tradição bíblica o Monte Carmelo é símbolo de fecundidade e de beleza. Que a Nossa Padroeira, também invocada de “Rainha de toda a criação”, ajude a Guarda, o seu Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente e, concretamente, ajude os Guardas Florestais a minimizar os efeitos das causas naturais contra o Ambiente e especialmente a precaver contra as agressões humanas, contribuindo para que a nossa Terra se preserve e recrie sendo um espaço fértil de harmonia e de beleza”.
“Oramos pelos Guardas Florestais que já partiram. No Céu partilham da plenitude da paz, da harmonia e da beleza, que geraram na Terra, que cuidadosamente cuidaram”, concluiu o Capelão da GNR.
O Coro foi constituído por militares da antiga Banda Marcial do Porto, que tiveram uma excelente prestação.
À celebração eucarística seguiu-se uma cerimónia pública, presidida pelo Ministro da Administração Interna, Dr Eduardo Cabrita, na qual alguns Guardas Florestais foram condecorados e os falecidos foram homenageados.