Responsável católico destacou as palavras «saída, ser» e «sacrifício» na homilia da celebração da palavra

(Imagem de Arquivo) Foto: Ordinariato Castrense

Almada, 12 mai 2022 (Ecclesia) – O bispo do Ordinariato Castrense de Portugal presidiu à Bênção dos Finalistas universitários das Instituições Militares e das Forças de Segurança e sugeriu três palavras que “poderão estruturar uma vida e construir história”, na Escola Naval, em Almada.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, D. Rui Valério começou por indicar a palavra “saída” e a salientou que é “muito atual e apropriada” e aplica a os finalistas universitários que estão «a sair de um processo de formação académica» para entrar “em cheio na etapa do trabalho”.

“Todos os grandes valores estruturantes, como a liberdade, a esperança e até o amor, possuem uma carga que nos mobiliza a sair”, desenvolveu, convidando os estudantes a “sair da rotina, da zona de conforto”, esta quarta-feira, na celebração no Auditório Almirante Vieira Matias.

Participaram na celebração os cadetes da Escola Naval, da Academia Militar, que integra Exército e GNR, da Academia da Força Aérea e do ISCPSI – Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna.

A segunda palavra que o bispo do Ordinariato Castrense destacou foi “ser”, afirmando que o conflito que “hoje perturba a vida humana é entre ser e competência”.

“Todos os outros valores perdem relevância face à competência. A Ética, a liberdade, o respeito pela dignidade humana… até mesmo a dimensão afetiva e psicológica, tudo está hoje muito relativizado face à eficácia à competência”, acrescentou.

Ainda neste contexto, lembrou o “filme icónico” ‘O clube dos poetas mortos’ afirmando que era um grito para que os jovens e apelou aos finalistas universitários das Instituições Militares e das Forças de Segurança que “não desistam da vontade de ser”.

“De ser feliz, de ser necessário ao meu país, e, para isso: Que a vossa competência e eficiência estejam ao serviço do vosso ser e do ser dos outros”, explicou.

A terceira e última palavra que pode “estruturar uma vida e construir história”, segundo D. Rui Valério, é sacrifício, que não significa só “privação, imolação, mas também tornar um ato sagrado”.

“É por isso que toda a vida do Militar e do Polícia é um ato sagrado, porque defender a Pátria e por ela estar disposto a derramar o próprio sangue é realmente um ato sagrado. Ato esse que se atualiza em cada missão que realizais”, realçou, assinalando que os feitos protagonizados pelas pessoas é que enobrecem “o mundo, o ser humano, a sociedade e a história”.

“Nada pode conter tanta densidade quanto a ação praticada por um homem ou uma mulher. Só eles e só elas podem ser heróis. É o que Portugal e a Igreja esperam de Vós. E hoje, a salvaguarda do humanismo no mundo e na vida dependem daquilo que é específico do ser humano, o sentido da transcendência”, desenvolveu.

Da celebração constou também um momento dedicado à paz, com a oração de São Francisco acompanhada pelo gesto da luz, antes da bênção.

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, o Ordinariato Castrense de Portugal destaca que se seguiu um momento de confraternização que é um “prenúncio de um futuro cooperante entre Forças Armadas e Forças de Segurança”.

CB (Ecclesia)