Costuma ser uma celebração marcante. E, este ano, no fugiu à regra.A tradicional celebração por alma dos fiéis defuntos que serviram as Forças Armadas e as Forças de Segurança e pelos familiares dos actuais militares e polícias realizou-se, como previsto, na manhã do dia 3 de Novembro, na igreja de Santa Maria de Belém (Mosteiro dos Jerónimos). Participaram suas Excelências o Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, Secretário de Estado da Defesa Nacional, Chefes de Estado-Maior da Armada, Força Aérea e Exército, Segundo Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, Director Nacional Adjunto da Polícia de Segurança Pública, Chefe da Casa Militar da Presidência da República, Secretário-Geral do Ministério da Administração Interna, vários Adidos Militares, vários dirigentes dos dois Ministérios da Tutela e, obviamente, muitos generais, oficiais, sargentos, praças, marinheiros, guardas, agentes policiais e civis.
Por motivos da tradicional rotatividade, este ano, a animação do canto e suporte da assembleia estavam confiadas à Força Aérea. O clima de forte espiritualidade começou com o “toque de silêncio”, primorosamente executado. O terno de clarins e o coro da Academia da Força Aérea foram excelentes. Leitores, acólitos, guarda de honra ao altar e demais serviços foram distribuídos pelas cinco Forças que constituem o Ordinariato.
Na homilia, D. Manuel Linda acentuou a metáfora da tenda, referida na segunda leitura: “Sabemos que quando esta tenda, que é o nosso corpo, for desfeita adquirimos nos Céus uma morada eterna”. E explanou: “São Paulo foi buscar esta bela imagem à vida militar. A tenda é a habitação de quem está preparado para o combate, sofre, exercita a sua actividade e, porventura, suporta a ansiedade e o medo; a morada relaciona-se com o regresso a casa, ao conforto do lar, ao convívio familiar, ao justo descanso, à tranquilidade. Ela acentua a ideia da passagem da precariedade, inerente à obra humana, a algo de belo e grandioso, porque construção de Deus: das contingências do mundo à plenitude da vida eterna. E não é de admirar este recurso do Apóstolo à vida militar. É que o Novo Testamento não nos apresenta a menor desconfiança em relação aos militares. Pelo contrário: são frequentemente apresentados como exemplos. Aquele centurião romano que pede a cura de um seu empregado, arranca a Jesus o seguinte comentário: «Em verdade vos digo, em ninguém de Israel encontrei tão grande fé». O que comandou as tropas que cumpriram o mandato de Pilatos de crucificar Jesus, faz a mais bela profissão de fé: «Verdadeiramente, este homem é Filho de Deus». E o livro dos Actos dos Apóstolos diz que o centurião Cornélio, que convidou Pedro para sua casa, «dava muitas esmolas e orava continuamente a Deus». Aqui estão os três segredos da orientação para a meta da vida eterna: fé professada, caridade vivida, oração contínua”.
Concelebraram todos os capelães que prestam assistência na região de Lisboa e Margem Sul.