O núncio apostólico, D. Ivo Scapolo, presidiu hoje, dia 3 de novembro, a uma Missa de sufrágio pelos militares e elementos das Forças de Segurança que morreram ao serviço de Portugal, concelebrada pelo bispo do Ordinariato Castrense, no Mosteiro dos Jerónimos.
“Evocamos a sua memória, para permanecer na comunhão assente na grandeza das suas personalidades e na bravura dos seus atos”, disse D. Rui Valério, na homilia da Eucaristia.
O bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança explicou que, nesta celebração, se revisitavam os que partiram “sem, contudo, terem ido embora”, recordavam os que se ausentaram, “sem os terem deixado”, ouvindo de novo os que “mergulharam no absoluto silêncio, sem terem interrompido imemoriais mensagens de palavras e gestos”.
“Lembramos os que se tornaram invisíveis, permanecendo vivos no património dos valores que não conhecem crepúsculo; Enfim, oramos por aqueles que se tornaram cidadãos da eternidade sem terem alguma vez perdido a cidadania na História. Em particular, na História do nosso país, e na História das Forças Armadas e das Forças de Segurança”, acrescentou.
Segundo D. Rui Valério, à luz da mensagem cristã e do ato heroico de quem “derrama o próprio sangue pelos que serve”, não podiam evitar refletir sobre a redenção da própria morte.
“O gesto de quem dá a própria vida a lutar pela salvação de uma Nação e de um povo, força-nos a retirar-lhe a carga negativa e trágica que a poderia configurar enquanto morte, e passar a olhá-la como a sublimação da gramática dos mais elevados valores que o ser humano pode efetuar: Morrer para si mesmo, dar a sua vida por amor, derramar o próprio sangue”, indicou.
A partir da liturgia da palavra lida na Missa de Sufrágio, o bispo do Ordinariato Castrense salientou que os militares e elementos das Forças de Segurança homenageados “confiaram” e destacou que o combatente israelita Judas Macabeu, “inspirado na esperança da ressurreição”, mostra como as Forças Armadas e as Forças de Segurança “são uma perene fonte de esperança”.
D. Rui Valério recordou os soldados que “tombaram” – na guerra, nas missões de apoio à paz, no cumprimento dos seus deveres, na resposta “pronta e dedicada aos apelos da Pátria”.
Hoje, acrescentou, os elementos das Forças de Segurança estão “heroicamente disponíveis” para a expiação dos muitos males do mundo de que fala a Palavra de Deus, nomeadamente, “a desfiguração da criação, quando combatem incêndios florestais, ou levam a cabo ações de combate à poluição”.
“Expiam as violações que atentam à dignidade da vida humana, à liberdade e à legalidade; expiam as contingências e limitações que a pandemia exacerbou”, acrescentou.
Participaram na celebração o Ministro da Administração Interna, o Secretário de Estado Adjunto da Defesa Nacional, a Secretária de Estado da Administração Interna, todos os chefes de Estado-Maior dos Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança, o chefe da Casa Militar da Presidência da República, entre outros, para além de responsáveis militares, policiais e civis.
A Celebração contou com uma Guarda de Honra ao Altar constituída por cadetes dos três Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança e a Animação Litúrgica esteve a cargo do Coro da Guarda Nacional Republicana e acolitaram alunos do Instituto dos Pupilos do Exército. Os Toques de Homenagem aos Mortos foram executados por um terno de clarins da Guarda Nacional Republicana.