D. Rui Valério esteve na República Centro-Africana onde saudou militares portugueses

Foto: Forças Armadas Portuguesas

Lisboa, 11 dez 2019 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas valorizou hoje o espírito dos militares portugueses com quem esteve na República Centro-Africana, enaltecendo a “autêntica família” formada entre “camaradas” e o espirito de “sacrifício”.

“Um militar integrado na sua unidade, regimento e num destacamento sente-se em família, embora haja um sentimento de estar afastado da sua família de sangue, a realidade militar gera uma família. Os nossos militares olham para os seus camaradas não apenas como camaradas de profissão mas como uma autêntica família. Isto não é poesia”,disse à Agência ECCLESIA D. Rui Valério.

Convidado pelo ministro da Defesa português, João Gomes Cravinho, para acompanhar uma deslocação à República Centro Africana, o bispo das Forças Armadas esteve três dias naquele país, onde quis levar uma mensagem de “paz e justiça” e onde constatou uma sociedade “com uma dimensão religiosa e espiritual muito presente”.

“A minha presença seria uma vantagem e, relacionada com esta quadra de Natal, seria importante fazer presente a mensagem de paz e justiça”, indicou.

Sentido de missão e sacrifício ajudam a explicar a realidade que o bispo castrense encontrou entre os militares portugueses.

Um militar preza e cultiva o espirito de sacrifício. É uma palavra usada em diferentes contextos, mas esta é uma realidade que confirmo. Eles cultivam este espirito, porque está dentro deles”.

Na República Centro-Africana D. Rui Valério encontrou militares com “grande orgulho e honra em colaborar numa obra de bem, na implementação de paz”, homens que encontram um “sentido de solidariedade e ajuda ao próximo” numa relação com a sociedade que não se limita a questões de defesa.

“Um militar português é capaz de viver relações de solidariedade e ajuda com a sociedade civil que vai para além do seu trabalho e missão de defesa”, assinala.

Nesse sentido, observa o responsável católico, os militares portugueses não são imunes à consternação de ver “um país com tantas riquezas naturais “, mas fracassado “onde miséria e pobreza imperam”.

“Encontrei neles um profundo sentido de compaixão, pois perceberam uma miséria extrema”, indicou.

Entre os contactos com as autoridades o bispo castrense valoriza o encontro com o cardeal de Bangui, D. Dieudonné Nzapalainga, e com ele partilhou a “proximidade” como “raiz de compreensão e entendimento, e também de paz”.

D. Rui Valério vai ao longo dos próximos dias “celebrar várias vezes” o Natal: “Estive ontem na Escola das Armas, em Mafra, esta tarde estarei com os funcionários do Ministério da Administração Interna, amanhã com os funcionários do Ministério da Defesa, sexta-feira estarei em Portalegre para celebrar com a GNR”.

LS(Ecclesia)