Celebração de Homenagem Nacional aos Combatentes
No dia 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, realizou-se, na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos de Santa Maria de Belém, a Homenagem Nacional aos Combatentes, um evento de grande significado e emoção que reuniu diversas entidades militares e civis no tributo aos heróis que dedicaram as suas vidas à Pátria.
Entre os presentes estavam o Tenente General António Menezes, Presidente da Comissão Promotora, o Tenente General Alfredo Cruz, Presidente da Comissão Executiva, D. Duarte Pio de Bragança, Francisco Xavier Damiano de Bragança van Uden da Comissão Promotora e o Doutor Ribeiro e Castro. A animação litúrgica esteve a cargo da Guarda Nacional Republicana, com um Coral constituído por militares de Portalegre, Setúbal, Beja e Évora, um quarteto de Cordas e os Clarins, que conferiram um tom solene ao evento.
D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e Administrador Apostólico da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, presidiu à cerimónia, acompanhado por vários capelães militares que concelebraram. A Guarda de Honra foi constituída por Guiões representativos de inúmeros Núcleos da Liga dos Combatentes.
Na sua profunda homilia, D. Rui Valério evocou a memória dos combatentes com palavras de sabedoria, inspiradas pelo legado de Luiz Vaz de Camões, cujo quingentésimo aniversário de nascimento também se celebrou.
O prelado começou a sua homilia dirigindo-se aos presentes com uma reflexão sobre a importância de recordar e homenagear os combatentes que, ao longo da história, demonstraram coragem, bravura e amor à Pátria. Inspirado pelas palavras de Camões, destacou que estes heróis são exemplos intemporais de valores como a fé, a coragem e a abnegação.
1. Evocação dos Heróis:
“A homenagem que hoje prestamos aos Combatentes que tombaram no campo da honra, e aos que combateram e combatem em tantos altares de serviço e abnegação, é uma evocação redobrada. Por um lado, é um chamamento que parte de nós para trazer ao presente, na memória, na admiração e no reconhecimento, os gloriosos heróis, os seus feitos e atos que elevaram alto o esplendor de Portugal; por outro lado, enquanto evocação, configura-se apelo por eles lançado a nós e ao nosso presente, a partir da sua condição de cidadãos já coroados com a glória da eternidade.”
2. Serviço e Sacrifício:
“Eles interpelam-nos para mantermos acesa a luz da confiança em Portugal; para perseverar no ardente amor à nossa Pátria; para que da alma lusa nunca se extinga a chama da coragem e da humildade do servir. E tudo bem edificado na sólida rocha da fé.”
3. Valores Eternos:
“A marca da imortalidade está impressa no serviço aos outros, quando se faz oferta pelos demais, transforma-se e torna-se imortal, universal, e transcende os limites peculiares do tempo, penetrando a eternidade.”
D. Rui Valério destacou que a celebração é um momento de união entre o passado e o presente, ligando os militares de então aos de hoje através dos mesmos valores e padrões existenciais de serviço e sacrifício pela Nação.
“Os heróis que hoje evocamos completam e são a coroação da epopeia narrada n’ Os Lusíadas. Completam-na, na medida em que pertencem à mesma estirpe, à mesma natureza e levam a cabo, definitivamente, o propósito fundamental dos heróis lusos, a sustentação da nação lusa. A eles, obrigado.”
A cerimónia foi um tributo emocionante e profundo, que destacou a importância de honrar aqueles que dedicaram as suas vidas a Portugal e aos portugueses. Neste Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, a celebração reafirmou os princípios de liberdade, confiança e esperança que sempre guiaram a nação portuguesa.