Confinamento levou à substituição do presencial pelo digital

Foto: Agência ECCLESIA

Fátima, 23 Set 2021 (Ecclesia) – Os responsáveis diocesanos do setor da comunicação social partilharam, esta tarde, em Fátima, nas Jornadas Nacionais da Comunicação Social projetos em tempos de pandemia nas dioceses portugueses e sublinharam que, apesar das “dificuldades” e dos “desafios”, a Igreja “continuou com os seus projetos”.

De norte a sul do país, incluindo as ilhas, os responsáveis pelas comunicações realçaram que o “digital veio ocupar o presencial” o que obrigou “a alguma criatividade” nos diversos setores da pastoral.

Na Diocese do Algarve, Sandra Moreira referiu que se desenvolveram “algumas atividades” e que a parceria com «Algarve Mais» ajudou a que a palavra do bispo diocesano, D. Manuel Quintas, chegasse a todas as paróquias.

A formação dos agentes pastorais sobre novas tecnologias foi uma preocupação frequente em quase todas as dioceses, o que levou a “uma melhoria nas transmissões online” com o decorrer da pandemia, sublinhou o padre Nuno Folgado, da Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

Num território descontínuo, Carmo Rodeia frisou que na Diocese de Angra já se trabalha no digital “há muitos anos” porque o arquipélago é constituído por nove ilhas e fazem a ponte com diáspora.

No tempo pandémico, a diocese açoriana deu início a uma nova rúbrica «Palavras que abrem caminho» através da plataforma Zoom e continuaram a mostrar “o rosto da Igreja dos Açores”, acentuou.

A arquidiocese de Braga apostou na rede social Instagram e deu “mais qualidade formativa” aos leitores no site com a “publicação de textos” que inicialmente foram divulgados “em língua estrangeira”, disse o padre Paulo Terroso.

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Para além da colaboração com a «Rádio Maria», a arquidiocese começou este ano a celebrar o Dia Mundial das Comunicações Sociais a nível arciprestal.

Apesar das limitações colocadas pelo Covid-19, o setor da comunicação social em Évora vai inaugurar a «Rádio Esperança», 05 de outubro, na celebração do Dia da Igreja Diocesana.

“A pandemia trouxe criatividade e resiliência e muitos padres, apesar da idade, transmitiram celebrações online”, disse Pedro Conceição.

Durante o tempo de confinamento e de restrições, a Diocese de Bragança-Miranda fez “alterações ao seu Plano Pastoral” e no sector da comunicação criou-se uma “grelha semanal com as transmissões em direto (dos 4 arciprestados da diocese), “não só das eucaristias, mas também de momentos de oração e reflexão, como catequeses”, referiu Bruno Rodrigues.

“Foram reforçados os conteúdos informativos na página de internet e na página de facebook da diocese” e apostou-se também “em sugestões e partilhas de leitura e de oração com o clero, os agentes pastorais e as famílias”, reforçou

Na Diocese da Guarda, os números dos censos mostram que “a região está a perder pessoas” e nota-se “esvaziamento populacional”, mas a Igreja não desiste e “as redes sociais são importantes” para a comunicação, salientou o padre Francisco Barbeira.

A pandemia “foi um tempo de aprendizagem”, reforçou.

O padre Nuno Rosário Fernandes, Patriarcado de Lisboa, sublinhou que o departamento de comunicação “agregou a informação” dos vários movimentos e os horários das celebrações e notou-se “um crescimento na relação entre o departamento, os movimentos e os setores da cúria”.

No primeiro confinamento foi suprimido o jornal «Voz da Verdade» mas nasceu o «três dicas» em versão online e apostaram na concretização de um podcast «Gentes que contam» com testemunhos de muitos cristãos desconhecidos, reforçou.

Na Diocese de Leiria-Fátima continuou-se o trabalho nas plataformas digitais e com a revista digital «Rede», mas apostou-se “na formação” dos agentes pastorais e desenvolveram-se oficinas práticas de comunicação.

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Com a pandemia surgiu a secção poscast “com esquemas de lectio Divina” e realizaram-se webinares “a dar a conhecer pessoas”, afirmou Paulo Adriano.

“Muitas paróquias transmitiram as celebrações apesar das dificuldades iniciais”, sublinhou o padre Nuno Folgado, da Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

Em tempos pandémicos criou-se também “um podcast formativo” sobre o documento do Papa Francisco «Amoris Laetitia» e notou-se “grande desenvoltura” dos secretariados da pastoral juvenil e da catequese nas plataformas digitais.

O jornal da Diocese de Santarém manteve as suas atividades no tempo da pandemia, mas o setor da comunicação está a alterar o site da diocese “com novas ferramentas”, disse o padre João Ramalho.

Em Setúbal, a comunicação “colocou-se ao serviço da pastoral” e a pandemia foi “um tempo de oportunidade para os cristãos e para os párocos” onde foi desenvolvido um projeto formativo conduzido por D. José Ornelas chamado «Encontros com João», salientou João Marques.

Na Diocese de Viana do Castelo, “o primeiro grande desafio” no tempo de confinamento foi acompanhar as cerimónias fúnebres de D. Anacleto Oliveira, mas ao longo dos tempos criaram “teias de comunicação com os arciprestados” e desenvolveram também o podcast «Resistir» com testemunhos de cristãos que resistiram ao COVID-19, realçou o padre João Basto.

No Ordinariato Castrense, todas as semanas publicaram no site e no facebook um texto de reflexão e também as atividades de D. Rui Valério, na Quaresma promoveram, através da plataforma Zoom, encontros centrados na encíclica «Fratelli Tutti».

As Jornadas nacionais das Comunicações Sociais estão a decorrer em formato online e presencialmente, dias 23 e 24 deste mês, e têm como tema «Zoom In – Zoom Out – Confinamentos e Comunicação».

LFS

Igreja/Media: Dificuldades, desafios e criatividade marcaram a comunicação da Igreja durante a pandemia