Bispo das Forças Armadas e de Segurança enviou mensagem de encorajamento a quem está na frente de combate ao fogo
Lisboa, 31 jul 2020 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança enviou uma mensagem de encorajamento a todos os envolvidos no combate aos incêndios, lamentando o cenário de destruição e “desertificação” que se repete no país, a cada verão.
“Em Portugal, o verão tornou-se sinónimo de incêndios. Um flagelo que se tem traduzido em destruição, desolação, morte, desespero, abandono, desertificação… Quando a floresta arde, também a alma dos homens se queima”, escreve D. Rui Valério, num texto enviado hoje à Agência ECCLESIA.
O responsável católico evoca a experiência de quem já perdeu os seus haveres, num momento que deixa marcas profundas para o futuro.
“A pobreza, a incerteza do amanhã, o desemprego, tudo escava sulcos de desconfiança nas almas. Trata-se, na verdade, de uma tragédia que mina diretamente a essência do ser humano”, refere.
O prelado sublinha que o trabalho no âmbito do combate aos incêndios tem “sempre uma relevância humanista”.
”Como o destino das florestas, dos campos e de tudo o mais que possa ser dizimado pelas chamas tem ligações profundas com as pessoas, as quais se ressentem com a sua destruição, também o que for feito em prol das populações tem o efeito de um recomeço. É a fonte da esperança.
O responsável pelo Ordinariato Castrense destaca que as Forças Armadas e Forças de Segurança, “com a sua presença e ação no terreno, têm sido obreiras de renascimentos e arautos dessa esperança”.
“Caros Militares e Elementos das Forças de Segurança, com esta mensagem, tão breve quanto sentida, venho agradecer a vossa dedicação em defender Portugal. As palavras, embora insuficientes, exprimem a nossa gratidão e o nosso apreço, num ato de sincera retribuição, pelo vosso zelo em proteger o nosso país”, acrescenta.
D. Rui Valério manifesta uma “sincera admiração” pela entrega de quem está na linha da frente do combate ao fogo, colocando em risco a própria vida, e pelas suas famílias.
“A vossa atuação cria nas pessoas um profundo sentimento de segurança. E sobre esse sentimento, as pessoas constroem uma confiança sólida e uma esperança elevada. E vós, no meio da desolação, sóis um oásis para o renascimento”, escreve.
A mensagem conclui-se com uma oração, para que “o flagelo do incêndio nunca se revele uma certidão de óbito para ninguém”.
OC (Ecclesia)