Da Região Autónoma da Madeira chega-nos a notícia que, com gosto divulgamos. E apoiamos incondicionalmente.
MONUMENTO A SÃO MARTINHO
SÍMBOLO DA SOLIDARIEDADE, SAUDADE E GRATIDÃO
INAUGURAÇÃO EM 11 DE NOVEMBRO DE 2019
No dia 12 de Dezembro de 2017 tomei conhecimento que a comissão responsável pela construção do Monumento em honra de São Martinho estava empenhada em angariar fundos e sócios para que se concretizasse esse projecto no dia 11 de Novembro de 2019, integrado nas cerimónias alusivas aos 600 anos da descoberta da Ilha da Madeira.
Achei uma ideia brilhante, pois São Martinho é o santo popular que está mais ligado à solidariedade, à saudade e à gratidão.
Podemos chamar São Martinho o SANTO SOLIDÁRIO.
Há várias circunstâncias que contribuíram para que esta iniciativa tenha êxito, orientada por uma comissão de voluntários, coadjuvada por grupos de voluntários, representando as freguesias da Madeira, pois pretende-se que esta homenagem a São Martinho não seja apenas fruto de uma empresa ou apenas de uma pessoa muito rica, mas seja uma participação de todos os madeirenses, quer sejam pobre ou ricos, como gratidão dos madeirenses pelos benefícios alcançados ao longo dos 600 anos da Ilha da Madeira.
São Martinho nasceu no ano 305 na Panónia. actual Hungria. O pai era oficial do exército romano e foi destinado a Pavia, onde o filho recebeu a primeira educação. Aos dez anos Martinho pediu para entrar na Igreja contra a vontade dos pais, e pensava mesmo em retirar-se para o deserto. Para o libertar das influências cristãs, aos 15 anos o pai inscreve-o no exército e obrigou-o ao juramento militar.
Entre os 15 e os 18 anos, sendo ainda simples catecúmeno, devemos colocar o célebre episódio de Amiens, tão ingénuo e tão cristão. Era rigoroso Inverno, e Martinho entrava na cidade, de volta de um passeio matutino. Um pobre, semí nu, estendeu-lhe a mão, pedindo esmola. Mas Martinho na ocasião não tinha dinheiro. Podia passar em frente, não ligando importância ao mendigo. Martinho parou e movido pela sua bondade, tirou a sua clâmide(capa) militar, cortou-a ao meio com a sua espada e entregou metade ao mendigo. A outra, lançou às próprias costas. Naquela noite Martinho dormiu melhor que nunca. O coração batia-lhe com os impulsos do bem praticado. Nessa noite Jesus Cristo apareceu-lhe vestido com o manto que ele tinha dado ao mendigo e disse-lhe:”Martinho, ainda catecúmeno, deu-me este vestuário”.
Daqui deriva o ditado popular: “Quem dá aos pobres empresta a Deus”.
Era isto um louvor e era também uma exortação a que Martinho entrasse definitivamente na Igreja, pelo baptismo. Baptizou-se em 339 com 23 anos. Continuou ainda mais dois anos no exército. Em 341 no acampamento de Worms, chamado pelo Imperador Constante para receber uma gratificação, recusou-a e pediu licença para retirar-se do exército, dizendo: “Até agora manejei as armas por ti; permite-me que daqui por diante as maneje por Deus”.
Há uma coincidência interessante em São Martinho ter sido militar e ser o padroeiro duma freguesia que adoptou o seu nome. Uma freguesia onde está implantado o Regimento de Guarnição 3. Um Regimento que tem acolhido e sido solidário pela população da Madeira nos momentos mais difíceis, não só no passado mas também nos tempos mais recentes, como no caso do aluvião de 20 de Março de 2010 e dos incêndios de 2015 e 2016.. Foi em São Martinho (RG3) que as vítimas foram acolhidas.
Os militares de hoje representam, também, o poder militar que ao longo dos 600 anos da Madeira, defendeu esta Ilha da invasão de forças inimigas que queriam apoderar-se desta Ilha e da sua população.
Esta homenagem está também relacionada com os Bombeiros, Protecção Civil, Forças Armadas(Exército. Marinha e Força Aérea), PSP, GNR, Médicos, Paramédicos, Escuteiros, Enfermeiros, Caritas, Cruz Vermelha, Associações de carácter Social e Emigrantes Madeirenses espalhados pelo mundo.
Por isso, o monumento é símbolo da:
Solidariedade: Virtude que representa os gestos de ajuda, de fraternidade e de bondade a todas as pessoas necessitadas.
Saudade: Recordando todos os que já faleceram, os nossos familiares, os nossos conterrâneos e os nossos antepassados.
Gratidão: Reconhecimento por tudo o que foi recebido ao longo destes 600 anos de história, para que esta Ilha seja chamada a Pérola do Atlântico.
Por estas razões proponho que no dia 11 de Novembro de 2018 se realize a bênção da 1ª. pedra no local dedicado a S. Martinho, e no dia 11 de Novembro de 2019 seja inaugurado o respectivo monumento, integrado nas cerimónias alusivas aos 600 anos da descoberta da Madeira.
Convém assinalar que esta cerimónia coincide com o 83º. Aniversário do lançamento e bênção da 1ª. pedra do Monumento aos Combatentes da Grande Guerra, realizado na Avenida do Mar em 11 de Novembro 1935, em frente ao Palácio de S. Lourenço –Funchal.
Para que se concretize este projecto é necessário que todos colaborem, e assim, o monumento passará a ser um gesto histórico da nossa geração que entregará às gerações futuras, através do monumento a São Martinho, a grandeza de alma do povo madeirense.
Pe. António Francisco Gonçalves Simões
Coronel Capelão
Tel. 968041678
Email – goncalves.simoes@sapo .pt