Brasão de Armas

Devido ao facto de se encontrar na PMI/Lourdes, D. Manuel Linda não pôde presidir à Missa do Dia da Marinha/2016. Mas deixou a seguinte mensagem.

Mensagem à Marinha (2016)

Neste dia que justamente lhe é dedicado, na pessoa de Sua Excelência o senhor Chefe de Estado-Maior da Armada, saúdo todos os militares e civis que servem a Marinha, bem como as suas famílias, pois também elas contribuem, com não pequena quota de sacrifícios, para que este prestigiado Ramo das nossas Forças Armadas continue a assegurar-nos a soberania nacional e a paz e a auxiliar a sociedade civil nas buscas e salvamentos, tantas vezes realizadas em condições de extrema dureza. Parabéns!

Na hora em que vos reunis nesta igreja, também eu estarei no santuário de Nossa Senhora de Lourdes, em França, na Peregrinação Militar Internacional. Comigo estarão milhares e milhares de militares de todo o mundo e mais de duas centenas de portugueses. Entre estes, cerca de quarenta pertencem à Marinha. Estamos, portanto, em contacto com outras realidades, espiritualmente unidos e em contexto de oração.

Este dado traz-me à memória o inigualável contributo que, secularmente, a Marinha deu ao nosso mundo para que este seja cada vez mais unido. Sim, a globalização muito deve às frotas da antiguidade. Mas deve muito mais à nossa Armada, por altura das gloriosas descobertas e no tempo que se lhe seguiu.

Este processo de globalização não terminou. Mas, passada a fase da globalização geográfica ou do contacto, importa, agora, proceder a uma outra, não menos difícil: a globalização do humanismo, dos direitos humanos e dos grandes valores que hão-de fazer da humanidade uma fraternidade de irmãos.

Ora, neste processo, a Marinha é chamada a entrar como em casa própria. Pensai no vosso brasão: “As cores da Marinha são o azul e o prateado. O azul simboliza o zelo, a lealdade, a justiça, a beleza e a boa reputação, enquanto o prateado é sinónimo de pureza, integridade, firmeza e obediência”. Deixai que lhes acrescente, apenas, mais um, aliás, típico do ano jubilar que, em Igreja, estamos a viver: o da misericórdia. Não serão estes os valores que hão-de fazer do nosso mundo um mundo novo?

Quero agradecer ao senhor D. Joaquim Mendes o ter aceite o meu convite para presidir a esta Missa. O facto de se tratar de um bispo que, rigorosamente, não tem responsabilidades neste âmbito demonstra duas coisas: o seu zelo pastoral e a simpatia que a Igreja que está em Portugal devota às suas Forças Armadas e às Forças de Segurança. Obrigado, senhor D. Joaquim.

Invoco Nossa Senhora, por vós venerada como Nossa Senhora do Mar. Ela peça ao nosso Deus todo o bem e todas as graças para vós, as vossas famílias, quantos vos são queridos e para toda a Marinha Portuguesa.

+ Manuel Linda