A 15 de Janeiro de 1960 o Papa João XXIII na Carta Apostólica “Aligera Cymba” decretava Nossa Senhora do Ar “Padroeira de todos os Aviadores Portugueses”.
 

Condicionados pelas circunstâncias do momento, relacionadas com a pandemia, a costumada Celebração Litúrgica, para assinalar a efeméride, este ano não se pôde realizar. D. Rui Valério, Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, não quis deixar de prestar a sua homenagem enviando uma Mensagem a toda a Família da Força Aérea Portuguesa.

Transcrevemos a Mensagem do prelado.

À FORÇA AÉREA PORTUGUESA

NO DIA DE NOSSA SENHORA DO AR

Mensagem do Bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança

 

Excelentíssimos Militares e Civis da Forças Aérea Portuguesa

 

1. Neste dia de festa, dedicado a Nossa Senhora do Ar, quero expressar a minha viva homenagem à Força Aérea Portuguesa.

Dirijo aos seus Militares e Civis, a cada um e a cada uma, sentida gratidão pela missão que desempenham e partilho, em espírito de solidariedade, a vontade de servir Portugal e os portugueses e aqui expresso a minha extrema admiração pela confiança e devoção que depositam na Santa Padroeira, a Senhora do Ar.

Seguros de poder contar com o seu amor de Mãe e Protetora, Ela a todos oferece proteção e luz para garantir a salvaguarda da vida e saúde e para vos conduzir ao rumo certo da felicidade e da glória. Em todas as circunstâncias da vossa missão e nos diversos momentos da vida, a ação de Nossa Senhora sempre foi em prol do bem de quem n’Ela confia.

2. A humanidade, mergulhada numa pandemia global, está a viver uma das fases mais incertas da sua caminhada histórica. Num curto espaço de tempo, cresceu desmesuradamente o sentimento global de vulnerabilidade. Para mais, assistimos ao paradoxo de, em plena era do esplendor da técnica e do poder da ciência, se estar a comprometer o sentimento de autossuficiência do ser humano e a afirmar a sua crescente dependência. Este tempo está a clarificar a consciência humana de nos caraterizarmos como “seres-em-necessidade”. Face à Covid-19, todos temos de reconhecer que, afinal, necessitamos de muito — desde as vacinas, até à proteção dos empregos e à presença reconfortante dos outros — para viver e sobreviver e necessitamos de pouco — usar máscara, observar distanciamento, higienização… — para nos protegermos uns aos outros.

3. E é aqui que surge o significado do dia de hoje, dedicado a homenagear e a celebrar a nossa Padroeira.

Por um lado, um ato de confiança. E em nós permanece viva a capacidade de confiar. Por outro, ele expressa a grandeza da esperança que anima a alma da família da FAP. E neste dia é gratificante constatar que essas virtudes são a grande dádiva a Portugal e aos portugueses das mulheres e dos homens da Força Aérea Portuguesa. Com a sua dedicação e serviço, além de resgatarem as pessoas da precariedade da situação em que se encontram, ainda lhes oferecem forças e razões para acreditarem e terem esperança porque, havendo quem no mundo faça o que fazem os nossos Militares e Civis, nada está perdido e existe decerto salvação para a humanidade. Parabéns por constituírem um manancial de vida no país!

Que Nossa Senhora do Ar proteja, guie e acompanhe a Força Aérea.

+Rui Valério

Bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança

Lisboa, 15 de janeiro, 2021