IVSSer como Ele é e fazer como Ele faz

Anda por aí uma banda desenhada, de carácter infantil, mas que nos pode ajudar a reflectir. Chama-se “O melhor Amigo”. Conta a história d um menino bom que ia para a escola, quando viu dois dos seus colegas a lutar.

Imediatamente os tentou separar e restabelecer a paz. Mas, nesse momento, é atingido pela pedra com que um ia agredir o outro. E morreu. Ao ver o sucedido, um dos meninos que lutava fugiu imediatamente. Mas o outro aproximou-se do cadáver e, desfeito em lágrimas, pensou: “Foi por mim e por minha causa que ele morreu. Como agradecer-lhe este máximo que ele me deu, que foi a própria vida? Já sei: vou também eu ser como ele era e fazer o que ele fazia”.

Caríssimos homens e mulheres que servis as Forças Armadas e as Foças de Segurança, a nossa fé cristã resume-se precisamente nisto: ser como Ele é e fazer o que Ele faz. Claro que este «Ele» é Jesus Cristo. Aliás, “O melhor Amigo”, como é fácil de ver, refere-se precisamente Àquele que, para nos reconciliar uns com os outros e com Deus, acabou por dar a sua própria vida.

Nesta quaresma de 2015, convido-vos pois, caros amigos, a pensarmos nisto para sermos mais parecidos com Ele e fazermos como Ele. Concretamente, naquela dimensão muito visível e palpável que é a solidariedade generosa para com quem mais precisa e menos tem.

Como é tradicional entre nós, costumamos indicar um destino para o fruto da nossa generosidade durante a quaresma (contributo penitencial) e para as nossas austeridades voluntárias (renúncia quaresmal). No ano passado, uma parte destinou-se às famílias e pessoas das Forças Armadas e das Forças de Segurança em situação económica mais difícil e a outra parte foi transferida para o Fundo de Solidariedade Social, da Conferência Episcopal Portuguesa. Rendeu _______________________. Este ano, escutados os organismos de aconselhamento, decidi que 50% continue para as situações mais aflitivas existentes no interior do nosso Ordinariato (militares, agentes de segurança e civis) e outros 50% sejam canalizados para África, por intermédio do Pontifício Conselho «Justiça e Paz», do Vaticano, para organismos que estão, no terreno, a lutar contra o terrível (e, agora, algo esquecido…) vírus Ébola.

Estes destinos são nobres e urgentes. Vamo-nos mobilizar? Será utópico imaginar que, este ano, poderemos duplicar o quantitativo recolhido no ano passado? Sabendo da generosidade e do espírito de sacrifício dos homens e das mulheres que servem as Forças Armadas e as Forças de Segurança, estou convencido que o vamos conseguir. Porque ninguém se esqueça: só temos direito de usar o nome de cristãos se formos como Jesus Cristo é e se fizermos o que Ele faz.

A todos, Deus abençoe.

 

+ Manuel Linda