Terminou ontem, 15 de maio, a 62.ª Peregrinação Militar Internacional a Lourdes.
Este grande evento que reuniu militares de cerca de 40 países, teve o seu início na passada sexta-feira e concluiu-se ontem com a Missa Internacional na Basílica de S. Pio X, que acolheu os cerca de dez mil e trezentos peregrinos de todas as representações nacionais, entre as quais de Portugal.
No sábado à noite, às 21h, a Procissão de Velas e Recitação do Rosário em diversas Línguas, encheu o recinto do Santuário Mariano de luz.
“Dou-vos a minha Paz” – Pacem Meam Do Vobis” foi o tema desta 62.ª PMI a Lourdes, que foi acompanhada pelo Tenente-General Eurico Craveiro, Comandante do Pessoal da Força Aérea, em representação da Ministra da Defesa de Portugal e contou também com a presença do Adido de Defesa em França, Coronel Hilário Dionisio Peixeiro.
D. Rui Valério, Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, e 4 Capelães Militares acompanham os 25 peregrinos representativos da Escola Naval, Academia Militar e da Academia da Força Aérea, que este ano teve a seu cargo a escolta ao Estandarte Nacional.
A guerra na Ucrânia esteve bem presente nas diversas intervenções realizadas pelos presidentes das celebrações, inclusive na Mensagem do Papa Francisco para esta PMI, adiada desde o ano 2020, por causa da pandemia. Nela o Santo Padre sublinhava a urgência de rezar pela conversão do coração de todos os povos à paz. “Esta ocasião, em que membros das Forças Armadas e das Forças de Segurança de todo o mundo se reunem, é propícia para suplicar a Deus pela paz no mundo e nos corações e para criar laços de fraternidade entre os povos”.
De referir que na Via Sacra realizada no sábado de manhã pelos portugueses, peregrinas ucranianas caminharam lado a lado com a delegação portuguesa, levando D. Rui Valério a referir que “o acaso para Deus nunca é por acaso” referindo-se precisamente a esta circunstância que juntou portugueses a mães e crianças ucranianas no Caminho da Cruz. Nesse momento, depois de uma saudação calorosa do prelado, foi comovente entoar o Avé de Fátima acompanhados pelas peregrinas ucranianas.
Foi em 1947, que o padre francês André Besombes, pároco em Toulouse, convidou o padre alemão Ludwig Steger (da diocese de Rottenburg), que esteve prisioneiro próximo de Toulouse, a acompanhá-lo à gruta de Lourdes. Os dois sacerdotes tinham sido capelães militares, respectivamente, da França e da Alemanha, na 2.ª Guerra Mundial. Este acontecimento foi a origem da Peregrinação Militar Internacional, que teria a sua “Inauguração” onze anos mais tarde, em 1958, altura em que o Padre Steger, prosseguindo as suas funções de capelão, na Alemanha, arrastou consigo um grande número de militares alemães – seria a 1.ª Peregrinação Militar Internacional a Lourdes, que ganhava cada vez mais o sentido de um lugar de Paz e de Reconciliação entre Pátrias e Militares. Lembremos que a reunião preparativa da Peregrinação Militar Internacional teve lugar, quatro vezes, na Alemanha, após 1958. Nesses encontros estiveram presentes os representantes dos vários grupos linguísticos da Europa, prevendo o que de melhor deveria ocorrer na peregrinação seguinte. E, desta forma, sem darmos por isso, chegamos à 62ª Peregrinação Militar Internacional.
No próximo ano, em 2023, a Peregrinação Militar Internacional a Lourdes realizar-se-á de 12 a 14 de maio.