Força Aérea não esqueceu os mortos e os sobreviventes do acidente com o C130, no Montijo.
“Humanamente, estamos aqui para mostrar que não esquecemos e que também fazemos nossas as dores e sofrimentos dos familiares. Sob o ponto de vista da fé, estamos para agradecer a Deus as vidas que se salvaram e para implorar o eterno descanso daqueles que partiram o encontro do Pai, vítimas do acidente acontecido nesta Base Aérea há precisamente um ano”. Foi assim que D. Manuel Linda introduziu o espírito da celebração eucarística na funcional capela da BA6, completamente lotada por familiares e militares, no dia 11 de Julho. Presentes, também, o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, muitos Generais, oficiais, sargentos, praças e civis. Concelebraram os Capelães em serviço na FA.
Porque era o dia de S. Bento, Patrono da Europa, D. Manuel Linda estabeleceu um confronto entre os tempos conturbados que se seguiram à desagregação do Império Romano e os nossos. E frisou: “S. Bento não estabeleceu um império, não criou uma filosofia, não se voltou para trás para restaurar qualquer coisa do passado. Pelo contrário, fixou-se no essencial, nessas duas asas que nos elevam e que se sintetizam na conhecida expressão latina «ora et labora», «reza e trabalha»: a oração como vivência da espiritualidade que nos constitui radicalmente «imagem e semelhança de Deus» e o trabalho pelo qual cumprimos o desígnio do Criador de «cultivar a terra», isto é, de tornar este mundo mais habitável, menos selvagem, mais humanizado. E assim, S. Bento e os seus monges, trouxeram uma nova alma e uma específica fisionomia para esta nossa Europa. Ora, se nós vamos cumprindo, mais ou menos, este dado do trabalho, para sermos fiéis a esta «alma» não nos esqueçamos também da espiritualidade”.
No final da celebração, numa cerimónia emotiva, foi benzido um memorial com o nome dos falecidos que perpetuará a sua recordação.