A Direção de Formação do Exército recebeu hoje, 21 de março, D. Rui Valério, Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança.
Depois da apresentação de cumprimentos ao Major General Jorge Reis, Diretor de Formação, seguiu-se um briefing sobre a estrutura e missão da Direção de Formação e uma breve reflexão que o sr. Bispo dirigiu aos Oficiais, Sargentos, Praças e Funcionários Civis, que servem naquela Unidade Militar.
Nela, o prelado, abordou o tema da Missão Militar no contexto cultural atual.
Partindo do famoso aforismo nietzschiano – «o que eu escrevo é a história dos próximos dois séculos. Descrevo o que está para vir… o advento do niilismo…que significa que os valores supremos se desvalorizam – falta o objetivo, falta a resposta ao “porquê?”», constatou que, em certa medida, este pensamento se concretiza na tristeza dos jovens provocada pelo sentimento de insegurança e precariedade: o futuro já não é uma promessa, mas uma ameaça.
Mas, apesar desta constatação, D. Rui vislumbra sinais de esperança, dando como exemplo o amor à pátria e a preocupação com os valores ambientais que ainda vão unindo as pessoas.
Neste contexto o prelado definiu a Missão das Forças Armadas e das Forças de Segurança em três palavras – Paz, Segurança e Ordem, a forma laica e secular de dizer Salvação: «Salvação, salus, mesma raiz de saúde, evoca o sentido de integralidade, plenitude, completude. O salvador é aquele ou aquilo que atua esta integralidade e aqui está a missão específica das Forças Armadas, é por isso que não receio usar a palavra: as Forças Armadas e Forças de Segurança são para a salvação (defesa, segurança, ordem). No sentido que atuam a integralidade; promovem e defendem “o todo”. A Paz possui exatamente essa faceta…Portanto, defender a paz a segurança e a ordem não é só evitar a guerra, mas significa também que se possibilita toda a vida, inclusive a vida às novas gerações, permanecendo fiéis à nossa vocação – ou seja afirmar os valores que amamos e pelos quais damos a vida.»
Aqui está, segundo o Ordinário Castrense, o motor que deve mover a ação militar: «a Pessoa humana; a defesa e proteção da sua dignidade. Conservar e promover o sentido da Pátria/Nação. Reconhecer que a vida militar, mais do que uma profissão é uma vocação que desenvolve e se desenvolve numa missão.»
Após este momento dirigiram-se para o Centro de Saúde Militar de Évora, onde se estava a realizar um rastreio dentário a crianças dos Jardins-de-infância da cidade.
A ida à Igreja do Senhor da Pobreza, à antiga Capelania Militar de Évora e à Igreja de Nossa Senhora da Graça antecedeu a partida para a Messe Militar, antigo Convento dos Agostinhos, onde terminou, com o almoço e a assinatura do Livro de Honra, a visita do Ordinário Castrense a esta Unidade Militar de Évora.