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A Padroeira da Força Aérea já «habita» na Estação de Radar que se encontra a mais elevada altitude: 1818 metros.

“Uma simplicidade solene”: é assim que se pode resumir a bela e sentida cerimónia de entronização da imagem de Nossa Senhora do Ar, Padroeira da Força Aérea, na Estação de Radar Nº 4, na Região Autónoma da Madeira.

 

A Madeira marcou presença honrosa

 

Aconteceu na tarde de 10 de Outubro. O reduzido pessoal colocado neste posto de observação –apenas catorze militares-, representantes de todos os Ramos das Forças Armadas e das duas Forças de Segurança, várias entidades regionais e muitas outras pessoas quiseram associar-se e testemunhar esta celebração emotiva. Pelas suas funções institucionais, destaque para o Gen. José Alberto Mata, Director de Pessoal da Força Aérea, em representação deste Ramo e do seu CEMFA, Chefe de Estado-Maior da Zona Militar da Madeira, Comandante do Regimento de Guarnição Nº 3, Comandante Regional da Polícia de Segurança Pública, Director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Director da Alfândega do Funchal, bem como o Pároco e o Presidente da Junta de Freguesia de São Roque do Faial. Obviamente, especial referência para o Comandante da ER4, TCor Sérgio Cruz, o anfitrião da casa, sempre solícito e sempre afável. Presidiu D. Manuel Linda, acompanhado pelo Capelão Adjunto da Força Aérea, P. Joaquim Martins, por todos os outros capelães que prestam serviço neste Ramo e pelo Diác. Baltar.

 

Laicidade e direito à expressão religiosa

 

A celebração começou pela Missa, no edifício do Centro Interpretativo das Aves. Foi acompanhada por um coro paroquial, dirigido pelo Maestro autor do hino da Região Autónoma da Madeira. À homilia, o senhor Bispo referiu: “Estes militares são parte integrante do nosso sistema de defesa. Com ela, asseguram-nos a liberdade, o respeito pelos direitos humanos, a paz e a democracia. Embora no respeito pelo princípio da laicidade do Estado e suas instituições e no da liberdade religiosa, é lógico, pois, que também eles possam exercer a liberdade de culto e de religião, fundamento sólido da liberdade que defendem. Por isso, a colocação desta imagem não compromete a Força Aérea. Exprime, tão somente, o respeito por estes homens e mulheres que, na solidão desta serra, querem ter a companhia de mais alguém: precisamente a afectiva e maternal de Nossa Senhora, de quem eles são devotos e a quem pedem ajuda, de forma especial quando o isolamento mais custa e o frio mais penetra nos ossos”.

 

Nossa Senhora do Ar, uma «militar» no meio dos militares

 

Após a Missa, D. Manuel Linda benzeu a imagem. Deu-se, então, início à procissão. Um belíssimo andor, ornamentado com as maravilhosas flores da Madeira e levado pelas senhoras que prestam serviço nesta Estação de Radar, conduziu a imagem até ao muito bem concebido nicho onde foi colocada: precisamente junto à porta de armas, como que para dizer aos que entram que são bem-vindos e aos que saem que com eles vai o seu olhar maternal. O Capelão Chefe da Força Aérea entregou-a ao senhor General e ao senhor Bispo que, por sua vez, a confiaram ao Comandante da Unidade, com uma mensagem: “Cuida bem dela”. Foi também descerrada uma placa alusiva ao evento.

Para encerrar a celebração, foi distribuída uma pagela com a seguinte oração de consagração, por todos proclamada em uníssono: “Imaculada Virgem Maria/Senhora do Ar e nossa Padroeira/aqui estamos a prestar-vos a nossa homenagem filial/e a consagra-vos quanto somos e possuímos./Obtendo-nos do vosso Divino Filho/a perseverança na fé, na esperança e na caridade./Ajudai-nos no peregrinar da nossa vida/e, principalmente, na hora da nossa morte,/para que, depois deste vale de lágrimas/convosco e com todos os anjos e santos/possamos louvar eternamente/os esplendores da Santíssima Trindade./Amén”.

 

A fé sabe associar-se ao convívio

 

O senhor Bispo aproveitou este momento para agradecer, de uma forma especial, ao Comandante da ER4, pelo seu zelo humano e cristão, e ao P. Joaquim Martins, o «apóstolo» desta e de outras entronizações de Nossa Senhora do Ar. Foi, então, descerrada uma placa, para memória futura, e o Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança convidado a assinar o livro de honra desta Unidade.

À boa maneira portuguesa, esta celebração, que motivou algumas lágrimas de alegria em vários rostos, terminou com a actuação de um conceituado grupo musical da Casa do Povo de São Roque do Faial, obséquio do Presidente da Junta de Freguesia, e com um lanche de convívio.

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