Tradição? Sim, mas fundamentalmente, convicção. É assim que se conjuga fé e vida nesta Escola Superior da Marinha.
A tradição cumpriu-se: o grande auditório da Escola Naval acolheu praticamente todos os cadetes, muitos militares, a começar pelo Comandante, CAlm Henriques Gomes, e civis, para a «comunhão pascal» e para a celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã. Mas não por ser mera «tradição» ou porque esse gesto entrou «em automático»: porque há convicção, fé, espaço para Deus e para os valores na vida dessa comunidade.
O Capelão, P. Licínio, preparou os que fizeram a Iniciação Cristã: dois catecúmenos que foram baptizados, onze fiéis crismados e cinco que receberam a Eucaristia pela primeira vez. Concelebraram todos os Capelães da Marinha. Um brilhante coro de cadetes suportou o canto e apoiou a assembleia a participar e outros alunos exerceram as funções de salmistas, acólitos e leitores. O CMG Canas ajudou a assembleia a sintonizar com o espírito da liturgia, ao fazer as admonições.
Na homilia, D. Manuel Linda tratou o tema da dificuldade do ser cristão. Sintetizou: “Não sei se algum dia foi fácil ser cristão. Sei que, hoje, não o é. Porquê? Creio bem que uma das razões repousa neste dado: parece que tudo nos apela a sairmos de nós para assentarmos nas coisas e nas tecnologias. E a fé processa-se no sentido contrário: caminhar rumo ao sacrário da interioridade, escutar, aí, a voz de Deus e responder à sua chamada. E, com Ele e n’Ele, renovar a nossa vida: ser uma vida menos materialista para integrar a espiritualidade como dimensão tão humana como as demais. E isto custo. Por isso é que custa ser cristão. Mas, neste tempo primaveril, também não custará às árvores arrancar de dentro de si as folhas, as flores e os frutos que nos alegram e saciam? A vida só tem sentido quando se renova a partir do interior”.
No final, aconteceu o almoço pascal com o timbre de qualidade a que a Marinha –e a Escola Naval em particular- nos habituou.