Fiel aos seus pergaminhos, a Escola Naval sabe diferenciar os tempos e erguer as mãos ao Alto. Foi na comunhão pascal, a 21 de Março.

Como sempre, a comunidade académica reuniu-se na sua quase totalidade, desde o Comandante até ao militarizado mais recente. Sem esquecer professores e civis.

Nesta celebração, administraram-se, também, os Sacramentos da Iniciação Cristã: um baptismo de um fuzileiro; quatro Crismas (duas meninas e dois rapazes); e três Primeiras Comunhões.

Na homilia, o senhor bispo, acompanhado por todos os Capelães em serviço na Marinha, desafiou os futuros Comandantes a viverem os altos valores que caracterizam este prestigiado Ramo para, assim, edificarem um mundo novo que a globalização favorece e como que exige. E disse-lhes: “A Igreja Católica, a partir de São João XXIII, insiste muito em quatro valores sociais: verdade e liberdade, justiça e amor/fraternidade. A verdade é a objectividade da vida e das coisas, sem manipulação, tão fácil nestes tempos de uma sociedade de informação. A liberdade é um direito, mas fundamentalmente um dever que se liga à libertação de tudo o que nos oprime, mesmo no campo moral. A justiça social é reclamada por um mundo que se dá conta de que se alarga, escandalosamente, o fosso entre os ricos e os pobres, a ponto de, muitos destes, mais não conseguirem que «vegetar». O amor, que a Revolução Francesa designou por fraternidade, é o motor de uma sociedade harmoniosa, que sabe conviver na diferença e rejeitar todas as formas de conflituosidade e violência”.

Nesta celebração participaram praticamente todos os Almirantes no activo, a começar pelo Chefe de Estado-Maior da Armada, ALM Mendes Calado, e pelo Director-Geral da Autoridade Marítima, ALM Sousa Pereira. No final, o CEMA ofereceu a D. Manuel Linda uma rica porcelana com um navio, como penhor da amizade e simpatia que a Marinha lhe dedica. O ainda Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, impressionado e comovido por este gesto absolutamente raríssimo de todos os Almirantes se reunirem para se despedirem de alguém, disse que o silêncio e a emoção também são linguagens e prometeu “gravar no seu coração” este gesto, tal como o Evangelho diz de Nossa Senhora.

Como sempre tem acontecido, a liturgia, impecavelmente preparada pelo Capelão P. Licínio, contou com o exercício dos vários ministérios e com um belíssimo coro dirigido pelo Sargento Batalha.