A tradição lançou raízes e cresce de ano para ano: Forças Armadas e de Segurança de Coimbra unem-se para a sua «comunhão pascal».

Foi a 27 de Março, na igreja de Santa Cruz, local emblemático a vários títulos, mas que muito diz aos militares e polícias pelo facto de lá se encontrar sepultado D. Afonso Henriques. Exército, Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Liga dos Combatentes, Intitulo de Acção Social das Forças Armadas, Associação de Deficientes das Forças Armadas e outros organismos, para além de muitos paroquianos, juntaram-se para a Missa e comunhão. Na homilia, D. Manuel Linda, fixou-se no salmo responsorial cujo refrão afirmava que “o Senhor é minha luz e salvação” para referir: “Etimológica e conceptualmente, a palavra salvação refere-se a harmonia, plenitude, estado de saúde físico, psíquico e existencial. Quer dizer: a salvação é a plena felicidade. Não só no outro mundo, mas já experimentada neste, embora de maneira imperfeita. O único Salvador, Jesus Cristo, oferece-nos, então, um estado de plenitude. Inseridos n’Ele, as nossas relações tornam-se harmoniosas com os outros e com Deus. E desta harmonia nasce a felicidade que todos procuramos. Caros militares e polícias, a vossa missão passa, também, por garantir, promover e desenvolver essa harmonia e felicidade na sociedade que servis. Sois salvos para «salvar». Tende a certeza de que, horizontalmente, salvareis tanto mais quanto, verticalmente, vos sentirdes salvos pelo único Salvador”.

O coro da Brigada de Intervenção, com a qualidade de sempre, responsabilizou-se pelos cânticos e toques habituais. Não faltaram os estandartes e guarda de honra ao altar. E no ofertório, cada Instituições levou ao altar um símbolo que a identificasse.

No final do almoço, o Comandante da BrigInt, GEN Xavier de Sousa, ofereceu uma t-shirt personalizada ao senhor Bispo que prometeu “vestir a camisola da Brigada de Intervenção, com todo o gosto”.

De tarde, no auditório da Unidade, o Professor Doutor Armando Carvalho, Catedrático de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, proferiu uma brilhante conferência/testemunho sobre “Fé e Ciência”. Referiu que, os conflitos históricos, quase sempre se deveram a «invasões» no campo da outra parte: quando a religião tentou contradizer a ciência ou quando esta se julgou «deusa» e dona de toda a verdade. Mas que hoje, a nível da busca dessa verdade, não há conflito e todos os saberes humanos são bem-vindos para encontrar soluções para os grandes dramas da humanidade. O único conflito entre fé e ciência joga-se quando esta é aplicada para o mal e a destruição: por exemplo, há conflito e tem de o haver sempre se o enorme saber sobre o átomo é aplicado para fazer bombas atómicas e particularmente, se estas caem nas mãos de ditadores sem respeito pelos outros.

A preparação da Missa e da conferência deve-se ao P. José Marcelino Pereira, zeloso capelão da Brigada.