Fiel às suas tradições, a Guarda Nacional Republicana não se esqueceu de Nossa Senhora do Carmo, sua Padroeira. E celebrou-a condignamente.
Foi no Domingo, 16 de Julho. Não obstante o tempo de verão e o convite ao merecido gozo de férias, todos os Generais colocados na GNR, muitos Comandantes de Unidades e Serviços, Oficiais, Sargentos, Guardas e Civis marcaram presença na procissão e Missa votiva. Obviamente, também não podia faltar a Ordem Terceira do Carmo, com a sua Prioresa, e sacerdotes carmelitas.
A celebração começou com o retirar do andor da capela do Comando-Geral da Guarda. À porta de armas, a imagem de Nossa Senhora recebeu honras militares, uma demonstração de proximidade familiar que evoca a importância que a Guarda lhe atribui. Depois, já com a imagem de São Nuno de Santa Maria incorporada, deu-se início à procissão que percorreu as ruas das imediações em direcção às ruínas da igreja do Carmo.
Aí foi celebrada a Missa. Parecia que a Senhora e o seu grande Amigo, São Nuno, se sentiam em casa própria. A partir deste dado e contemplando o que ficou do terramoto de 1775, D. Manuel Linda, que presidiu, situou-se no dado simbólico do espaço envolvente: “Olho para estas paredes, colunas e arcos e vejo-as irrepreensivelmente sólidas, como se nada aqui se tivesse passado. E sabemos que este é o espaço da «igreja». Quer dizer: é o espaço da envolvência, do aconchego, da família que se reúne, do simbólico do religioso. Mas olho, também para o tecto e ele não existe. Parece que a grande destruição operada pelo terramoto foi a queda do tecto. Também nisto vejo um símbolo: parece que a própria natureza não nos deixa «tapar» o sobrenatural, mas reclama que os nossos olhos se voltem para o Alto, que a nossa mente se abra ao Transcendente. Caros militares da Guarda, civis da Ordem Terceira e quantos participais nesta celebração, vivamos esta dupla dimensão que nos constitui pessoas em plenitude, tal como São Nuno Álvares Pereira: familiaridade com a igreja e contínua abertura ao Transcendente”.
No final da Missa, realizou-se nova procissão em direcção ao local de origem: à sede da Ordem terceira para lá colocar a imagem de S. Nuno e ao Comando-Geral da GNR para voltar a alojar a sua Padroeira. Na despedida, S. Nuno fez uma profunda «vénia» a Nossa senhora e esta voltou a receber honras militares na entrada da «sua» casa.
Ajudou nos cânticos o excelente Coro da Paróquia de S. Nicolau, já que o Coro e Fanfarra da GNR, por coincidência, estavam nas cerimónias protocolares do «render da guarda» no Palácio de Belém.
Preparou a liturgia e concelebrou o P. Agostinho Freitas, capelão Adjunto para a Guarda Nacional Republicana.