Com a presença do seu Comandante Supremo, as Forças Armadas e as Forças de Segurança mantêm viva tradição religiosa com mais de quatrocentos anos.
As tradicionais Missa e procissão de Nossa Senhora da Saúde, na Mouraria, realizaram-se no dia 8 de Maio, sempre com as presença dos mais altos Comandantes dos Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança ou seus representantes.
Na Missa, celebrada na enorme igreja de São Domingos, da Baixa, D. Manuel Linda destacou a Ascensão do Senhor, que nesse dia se comemorava. E referiu: “Segundo a cosmologia da época, os mundos inferiores eram o reino do mal, pois de lá provinham os terramotos e as chamas de fogo dos vulcões. O mundo superior era a pátria do bem, já que daí vinha a chuva que fertiliza e o sol da vida. Ao meio fica o mundo dos homens, como que a dizer que estes ou se vergam para baixo ou se elevam para o alto. A Ascensão do Senhor funciona, por isso, também como uma metáfora: o homem é chamado a elevar-se e a fundir a sua existência com a de Deus. É nisto que Nossa Senhora se nos apresenta como verdadeiro protótipo e modelo da humanidade e, muito mais, do crente: a certeza de que é na aspiração ao superior e no encontro com Deus que a pessoa se realiza e cumpre a sua vocação à existência a que somos chamados”.
De tarde, com imenso povo e a presença de Suas Excelências os Presidentes da República e da Câmara Municipal de Lisboa e Chefes de Estado-Maior-General e dos Ramos e representantes da GNR e da PSP, realizou-se a costumada «Procissão dos Artilheiros» na qual, lado a lado, se incorporaram centenas de militares e organismos representativos da sociedade civil.
Antes da bênção final, D. Manuel Linda referiu o valor simbólico da presença dos símbolos cristãos na cidade dos homens e acentuou a interligação entre as Forças Armadas e de Segurança e a cidade: “Esta procissão exprime uma história de amor de mais de quatrocentos anos entre os militares e o povo de Lisboa e o povo de Lisboa e os militares. Quando, na peste, os artilheiros viram que, para defender da morte e do sofrimento o povo de Lisboa, mais não podiam fazer que não fosse pedir os favores divinos, erguem as mãos para o Céu, por intermédio de Nossa Senhora. E a peste passou. Também hoje os militares estão na cidade para defender o seu povo e o povo sabe que pode confiar neles. A presença de Sua Excelência o Comandante Supremo das Forças Armadas exprime esta certeza ao mais alto nível”.