A Guarda Nacional Republicana celebra hoje, 25 de maio, na cidade de Viseu, o Dia do Guarda Florestal.
Os Guardas Florestais integram a Guarda Nacional Republicana desde o ano de 2006 inseridos no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) desta Força de Segurança.
Na Sé Catedral de Viseu, pelas 10H30, foi celebrada a Missa de Ação de Graças pela extraordinária atividade desenvolvida pelos Guardas Florestais na defesa do Ambiente, e em homenagem e sufrágio pelos Guardas Florestais falecidos. Esta Missa, foi presidida pelo Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Rui Valério.
Com o tema ‘Conversão ecológica, salvaguarda da casa comum’, o bispo castrense, na sua homilia, começou por afirmar, focando-se na narração da Criação do livro do Génesis, que “a condição original do ser humano é participar da natureza”.
Na natureza “se situam as nossas raízes e esse regresso realiza-se por meio do contacto com os seres vivos que habitam o mundo da criação, o qual desperta em nós a sensibilidade para reaprendermos a conviver com todos os seus elementos em harmonia com a razão. Então, o ser humano é chamado a viver de modo fraterno, harmonioso e equilibrado com todos os seres da natureza, que lhe recordarão a origem do seu próprio ser. De facto, mulheres e homens, são chamados a viver em plena fraternidade com o mundo criado porque eles mesmos são constituídos por substâncias da natureza”.
Por esta razão, continuava D. Rui, “quanto mais dedicados formos à proteção da natureza e do mundo ambiental, tanto mais haveremos de garantir um futuro de qualidade em termos ecológicos, ambientais e humanos”.
Neste sentido, o prelado afirmava que a missão do Guarda Florestal vai de encontro à missão que Deus confiou ao Homem, “quando assume a responsabilidade de zelar pela defesa e proteção da floresta e do património cinegético e piscícola, de manter a lei e o controle, de fiscalizar o cumprimento da legislação florestal, da caça e da pesca, de investigar os ilícitos nesse âmbito e de tomar parte na defesa da floresta contra incêndios, incluindo a investigação das suas causas, está a ser fator decisivo na missão de salvaguardar a casa comum, assegurando, ao mesmo tempo, a sobrevivência da vida no planeta Terra, incluindo a vida humana”.
O Responsável pelo Ordinariato Castrense referiu que os incêndios têm sido “a grande ameaça à saúde pública” e à própria soberania nacional, pois, sublinhava, “com a mesma facilidade com que aceito que se diga que a pandemia é um inimigo letal que é preciso combater, também atribuo aos incêndios idênticos qualificativos bélicos”, pois “destruir a floresta e as paisagens portuguesas é destruir Portugal”.
“Tal inimigo faz estremecer a consciência coletiva do país porque se apresenta indomável na sua ferocidade e nos torna mais pobres e vulneráveis, transformando Portugal num país de muita terra queimada”, acrescentou, destacando que, hoje, “a proteção contra a ameaça dos incêndios é um ato patriótico”, daí que “o Guarda Florestal constitui, em território pátrio, uma autêntica Força Nacional Destacada, cuja força de combate visa defender diretamente o território nacional”.
D. Rui Valério alertou também para a destruição das espécies e o “saquear os recursos naturais” pelo ser humano e também a exploração da miséria, o “abusar do trabalho das mulheres e das crianças”, deturpar as leis da célula familiar, “a deixar de respeitar o direito à vida humana desde a conceção até ao fim natural”.