O Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança participou na formação dos futuros Comandantes da PSP.

A convite do Director do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, Superintendente-Chefe Pedro Clemente, D. Manuel Linda participou no curso de formação de Superintendentes da Policia de Segurança Pública.  Foi a 5 de Julho e desenvolveu o título: “Conflituosidade nas sociedades contemporâneas”.

O senhor Bispo situou-se na sociologia dos valores: os bens são sempre escassos e isso gera a vontade de lutar por eles. E esses bens não são apenas os meramente económicos ou materiais. São, também, escassos e frágeis os valores da liberdade, da justiça, da verdade, etc. Quando a sociedade se dá conta de que está a ser privada deles ou quando é instigada por forças desestabilizadoras, rompe-se o equilíbrio e entra-se na contestação que pode chegar até à luta aberta.

O caso extremo de desestabilização é constituído pelo terrorismo: é a tentativa de imposição pela força e pelo medo de mentalidades, crenças e valores estranhas a uma determinada sociedade. Neste caso, já que o terrorista é sempre um fanático, convencido que está na plenitude da verdade e que os outros permanecem no erro, impõe-se uma educação preventiva que evite guetos e isolamentos sociais, antecâmara da radicalização. D. Manuel Linda frisou: “Se os terroristas dizem que actuam desse modo para obter o saneamento ético do Ocidente, impondo a sua própria moral, estão a chamar-nos a atenção para um dado importante: a necessidade de as nossas sociedades livres e democráticas repensarem as suas vivências e valores. De facto, uma cultura meramente materialista e hedonista decapita a pessoa do mais profundo das suas aspirações relacionais, quer com os outros, quer com o grande Outro. Impõe-se, por conseguinte, uma forte educação para os valores. E dessa educação ninguém pode ficar excluído, já que, o possível candidato à radicalização, sente o apelo íntimo de procurar em perspectivas políticas ou religiosas fortes o que julga faltar na sociedade onde vive”.

Confirmou esta reflexão com a origem dos terroristas que têm praticado actos de violência na Europa –todos cidadãos europeus, desintegrados desta cultura dominante- e com uma certa escalada social de violência: parece que esta aumenta na proporção direta da falta de valores nobres.