“Com uma atuação verdadeiramente transversal e inclusiva, tem desenvolvido uma inquestionável salvaguarda da segurança dos cidadãos e das muitas instituições que compõem o tecido da vida coletiva. Assim como tem sido o garante de algumas das condições indispensáveis para que atividades económicas, empresariais, comerciais e turísticas mantenham padrões de sustentabilidade. Também encontramos a Guarda a assumir a segurança tanto local, como rodoviária e ainda a zelar pelo bom êxito do transporte das vacinas. E, nestes tempos de confinamento, que não cessam de fazer crescer a solidão e intensificar a cultura do descarte humano, como diz o Papa Francisco, a GNR tem materializado em gestos concretos de solidariedade e promoção da qualidade de vida os valores que a regem: a Guarda tornou-se a companhia de tanta gente isolada, sobretudo idosa, vítima da aventura do estar sozinho na vida, sobretudo em lugares ermos e distantes, onde a solidão é modo de existir”.
Salientou depois a capacidade de enfrentar e vencer as dificuldades desta Força de Segurança, que é um exemplo para toda a sociedade, de um modo especial para todos aqueles que, neste contexto, se encontram diante de muitos obstáculos, barreiras e agruras. A GNR “trouxe para a ordem do dia a certeza de que nenhuma dificuldade, por mais aguda, tem obrigatoriamente de ser impedimento à realização de projetos e sonhos, mas ensinou que, com confiança, dedicação e coesão, tudo se transforma em oportunidades para a construção da história. Isso mesmo demonstram os seus 110 anos de vida. Sobressai a força de que a união é superior à fragmentação das divisões. E por isso, nesta hora elevamos a nossa memória e saudade para os que nos precederam no serviço à Pátria, aos portugueses e que honraram a nossa identidade, os quais já entraram no gozo da eternidade da Pátria Celeste. A eles a nossa homenagem”.
Continuou fazendo uma alusão ao papel determinante que a GNR tem tido no socorro aos Migrantes que, no Mediterrâneo, “procuram um lugar de realização e felicidade, longe das suas pátrias e em demanda de um novo lar de dignidade e respeito pela vida e grandeza do ser humano” e a todas as operações que zelaram pelo cumprimento das normas dos sucessivos Estados de Emergência, decretados para combater a epidemia.
“Hoje reconhecemos que a observância dessas determinações, fulcrais para o êxito do combate à pandemia, em grande parte se deveu à capacidade executiva da GNR“, por isso “os vossos nomes já estão impressos a letra de ouro nessa honrosa página da Instituição”.
O apelo à Fidelidade que Santa Catarina de Sena insistentemente pedia aos membros do Clero, inspirou D. Rui Valério a dizer que é em torno da fidelidade que reside a força da GNR. “Fiéis à pátria, fiéis às legítimas instituições do Estado, fiéis à Grei e à lei. Mas, sobretudo, fiéis aos homens e às mulheres deste país, fiéis aos supremos valores da grei que vós servis”.
Com os olhos postos nas leituras proclamadas na Eucaristia, o Responsável pelo Ordinariato Castrense, focado na afirmação de Jesus, no Evangelho, “o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Sabendo isto, sereis felizes se o puserdes em prática.” (Jo 13, 16-17), disse que aqui vem consagrado o serviço como caminho para a felicidade, “como têm testemunhado com o seu próprio exemplo, ao longo destes cento e dez anos, aquelas e aqueles que serviram e servem a Pátria e os portugueses na GNR”.
Refletindo depois sobre a primeira leitura, afirmava que a Unidade existente na GNR “se traduz em solidariedade e espírito de corpo. Embora o corpo possua muitos membros, é um só. Assim também a GNR, embora formada por muitos e diferentes homens e mulheres e diversas especialidades, continua coesa e unida, sedimentada pela vocação comum de servir a Pátria e os portugueses. A pluralidade, na GNR, é fator de coesão e de incremento da excelência porque maximiza as aptidões específicas de cada um dos que nela servem”.