“Nossa Senhora continua sempre presente na nossavida e a sua mensagem é tão perene — atrevo-me a dizer que está sempre na moda — que nos desconcerta“
A paróquia de São João Baptista de Runa, concelho de Torres Vedras, diocese de Lisboa, celebra 500 anos da sua criação.
Um dos momentos que assinalou este ano jubilar foi a Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima n.º 2, que percorreu vários locais e instituições.
Neste contexto também o Centro de Apoio Social de Runa (CAS Runa), fundado em 1827 pela Princesa Maria Francisca Benedita, inserido no território da paróquia, acolheu a Imagem Peregrina.
D. Rui Valério, Bispo da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, acompanhou o momento e visitou a instituição.
A Imagem Peregrina chegou na quinta-feira, 20 de Abril, pelas 22h, sendo recebida por um grupo de residentes, assim como militares e colaboradores da Instituição, e permaneceu na Igreja até à tarde de sexta-feira, dia 21.
O Presidente do IASFA, Tenente–General Fernando Serafino, esteve presente de manhã recebendo D. Rui Valério, participando na Missa e na foto de grupo.
Às 11h, D. Rui Valério presidiu à Eucaristia, lembrando a dimensão pascal deste tempo, estando os cânticos e as leituras a cargo dos residentes. Dois acólitos, um dos quais militar, tendo já acompanhado o Senhor Bispo noutras celebrações, auxiliaram a Liturgia.
Na homilia, começando pela ocasião da presença da Imagem Peregrina, lembrou como Nossa Senhora está sempre presente e, assim como a sua mensagem, vai sendo apropriada para todas as épocas.
Em 1917, quando apareceu na Cova da Iria, Nossa Senhora pediu que se rezasse o terço todos os dias, referindo que assim se conseguiria paz para Portugal e para o mundo.
50 anos depois, em 1967, o Papa São Paulo VI, no cinquentenário das aparições, no mesmo local, disse: “homens, sede homens; homens sede bons”, transmitindo uma mesma mensagem de paz. Em 2017, no centenário, o Papa Francisco, disse, em voz forte e convicta, “temos Mãe“, mostrando que Maria continua presente até aos dias de hoje na nossa vida.
Uma das características da Virgem Maria, melhor que conhecer aquilo que possuímos, o que somos, é saber exactamente o que precisamos, quais as nossas necessidades. E mostra-nos sempre o caminho, e esse é para Deus. D. Rui Valério frisou como facto sociológico a reflectir, o aumento dos níveis de consumo depois da pandemia. As pessoas querem “saciar” uma fome de algo, mas o que na verdade nos sacia — completa o vazio que temos — é Jesus.
Antes do almoço, D. Rui Valério visitou ainda a Biblioteca e quis conhecer o Núcleo de Arquivo Histórico. A responsável, Dra. Sofia Trindade, teve a oportunidadede de mostrar os processos dos militares que integraram o Corpo Expedicionário Português na I Guerra Mundial e que viveram no (então) Asilo de Inválidos Militares. O Senhor Bispo das Forças Armadas pôde conhecer a documentação histórica contemporânea de Maria Francisca Benedita, tendo partilhado estórias relativas à participação portuguesa na Guerra de 1914-1918 e às comemorações das Batalhas deste conflito.
Depois de almoço, o responsável pelo Ordinariato Castrense, acompanhado pelo Director, Coronel João Pessanha, o Subdirector, Tenente-Coronel José Vicente, o Director Técnico da UF2, Tenente-Coronel Joaquim Clemente, o Sargento–Mor Jorge Silva, o Sargento–Chefe José Franco e o Sargento–Chefe Maria João Fernandes, e a responsável da Área Museológica, Dra. Alexandra Carvalho, visitou a UF1, a UF2 e o Museu.
Pelas 16h30, depois de assinar o livro de honra, presidiu ao momento final da visita da Imagem Peregrina, reflectindo sobre a despedida, e acompanhando-a até à carrinha que assegura a sua deslocação para a Igreja Paroquial.
D. Rui Valério presidiu à Missa de despedida da Imagem Peregrina nessa mesma Igreja Paroquial na segunda-feira, dia 24.
Ainda durante este ano será publicada uma monografia sobre a história de Runa que incluirá, naturalmente, o CAS Runa, lembrando a permanente relação da instituição com a população.