O tema deste ano diz muito aos fiéis do Ordinariato Castrense: quer como crentes, quer como construtores da paz.
Tradicionalmente, o mês de Outubro é dedicado às Missões, pois nele se celebra o Dia Mundial desta actividade fundamental da Igreja. Este ano, esse dia celebra-se a 22.
O tema escolhido inclui a designação de “Missão de paz”. Ora, os militares e polícias de Portugal conhecem bem essa expressão, até porque muitos têm participado em tarefas de manutenção da paz nos mais diversos pontos do globo.
Transcreve-se o texto de D. Manuel Linda para esta campanha, já que ele é também o Presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, Departamento da Conferência Episcopal que tem por finalidade manter vivo e aumentar o sentido missionário da Igreja que está em Portugal.
1. Neste ano de 2017, a Igreja que peregrina em Portugal não
pode ignorar Fátima e aquilo que ela representa de anúncio
e profecia. A peregrinação do Papa Francisco confirma isso
mesmo: se veio até nós, é sinal que atribui especialíssima
importância à mensagem da Cova da Iria.
2. Na bênção das velas, o Santo Padre disse-nos: “A dinâmica
de justiça e de ternura, de contemplação e de caminho ao encontro
dos outros é que faz d’Ela [de Nossa Senhora] um modelo eclesial
para a evangelização”. Importava meditar na beleza destes
conceitos. Não havendo possibilidade, fiquem-nos como
referência absoluta para toda a obra de missionação.
3. A menção à paz baliza a mensagem de Fátima. Começa
com o Anjo que diz aos videntes: “Não tenhais medo. Sou o anjo
da paz. Orai comigo…”. Ao longo das aparições, Nossa Senhora
recomenda muitas vezes que “rezem o terço todos os dias para
alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”. E, em Outubro,
garante: “Continuem a rezar o terço. A guerra vai acabar”.
4. Esta insistência na oração e na paz lembra-nos: a paz tem
mais de dádiva divina do que propriamente de conquista
humana; relaciona-se com a aceitação de Jesus, pois onde
Ele estiver está a paz e onde Ele for excluído, rejeita-se a
paz; esta passa pela queda de todos os muros mentais
divisórios, como era o caso da Rússia, condição para que as
pessoas confiem mais umas nas outras e se sintam irmãs;
finalmente, a paz conjuga-se no futuro, já que, na sua
plenitude, só se consumará no reino de Deus.
Mensagem do Presidente da Comissão Episcopal das Missões
Com Maria,
Missão de Paz
5. Lida na chave que agora nos interessa, esta referência à
paz confirma e fortalece a actividade dos missionários. São
eles quem, neste mundo dividido e materialista, apelam a
que se faça de Deus o centro de gravidade e não qualquer bem
perecível; pregam uma «nova ordem mundial» por intermédio
da adesão a Jesus Cristo; fermentam uma sociedade mais
fraterna e familiar ao darem testemunho do «Pai comum»;
abrem a história ao infinito de Deus ao indicarem o seu reino
como meta de toda a família humana e critério da sua forma
de vida.
6. Por isso, a actividade missionária, enquanto expressão da
«justiça e da ternura, da contemplação e do encontro» que vemos
na Virgem Maria, edifica a Igreja e faz o que a “Senhora
mais brilhante que o sol” pediu em Fátima: reconversão da
humanidade a Jesus Cristo e edificação de uma nova forma
de viver mais humana, porque mais pacífica.
7. A todos os missionários e a quantos colaboram com eles,
os meus parabéns. E que Nossa Senhora seja sempre a sua
fortaleza e alegria.
D. Manuel Linda