«Em São Paulo encontramos o cunho operativo do próprio Exército cuja história é feita de combates» – D. Rui Valério

Santarém, 24 out 2022 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança de Portugal presidiu à Missa do Dia do Exército, este domingo, na Sé de Santarém, na mesma data que a Igreja Católica celebrou o Dia Mundial das Missões 2022.

“A coincidência de celebrar o dia do Exército na mesma ocasião temporal do Dia Mundial das Missões, confere-nos uma oportunidade para olharmos para esse Ramo das Forças Armadas numa prospetiva missionária, assim como, a possibilidade rara, de contemplar a Missão na prospetiva do Exército”, disse D. Rui Valério, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo das Forças Armadas e de Segurança de Portugal citou o “soldado de Cristo e apóstolo dos gentios” São Paulo – «Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé» (2Tim 4, 7) – destacando que nele se encontra “o cunho operativo do próprio Exército cuja história é feita de combates”.

“Sempre leal à vontade de Deus e dos homens, tem sido graças à ação do seu Exército que Portugal conserva integro o seu território, persevera ainda o sentido da ética e o espírito da cidadania”, explicou, na Missa, com transmissão televisiva.

D. Rui Valério assinalou que, em cada época, a Igreja missionária “se assume envolvida nas empreendedoras causas do Reino de Deus”, como a promoção da justiça e da dignidade do ser humano, e também o Exército português “desenvolve a sua vocação de defender a Nação e os portugueses”.

O bispo do Ordinariato Castrense de Portugal destacou que o Exército, que é, ele próprio, a materialização de uma missão, “leal à sua vocação de defender a soberania e autodeterminação nacional”, também se envolve no combate aos incêndios florestais e à pandemia, a salvaguarda da independência “pode implicar o socorro a populações vulneráveis vítimas de perigos e ameaças”, e o auxílio e a solidariedade “com povos e nações onde haja ameaça à paz e à vida”, através das Forças Nacionais Destacadas.

Os participantes da Eucaristia evocaram “em memória e saudade” quem serviu a pátria e os portugueses, “e já partiu para a eternidade”, e rezaram também pelos missionários que “tombaram nos mesmos campos da honra onde lançavam as sementes do Evangelho e que regaram com o sangue do seu martírio”.

Na manhã desta segunda-feira, no âmbito do Dia do Exército, celebrou-se uma Missa em homenagem a D. Afonso Henriques, patrono do Exército, na igreja de Santa Cruz de Coimbra, “uma tradição” na data que comemoram a conquista de Lisboa, em 1147.

“Um dia de festa que nos reúne em torno do Altar, para, em ação de graças e de louvor e no mais genuíno espírito eucarístico de superação das fronteiras – entre terra e céu, entre passado e presente – homenagearmos D. Afonso Henriques, patrono do Exército”, assinalou o bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança, na homilia desta Eucaristia.

D. Rui Valério explicou que faziam “memória reconhecida das valorosas obras e grandes feitos” operados por D. Afonso Henriques, e também manifestam “quanto ele é a Cepa” de que são “os frutos”.

“Enquanto líder, combatente e rei, foi um autêntico artesão dos valores intemporais que têm moldado, pelos séculos a estrutura ética, a identidade militar, a configuração espiritual, e até a perspetiva antropológica, do Exército, enquanto Força garante da soberania e autodeterminação nacional”, desenvolveu o bispo do Ordinariato Castrense, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

O Exército Português, no seu sítio online, explica que a sua história “está diretamente ligada à história de Portugal”, desde a sua fundação, as Forças Terrestes estiveram presentes na luta pela independência “contra leoneses e muçulmanos no século XII”.

CB/OC