D. Rui Valério presidiu à Missa de corpo presente de António Doce, em Évora

Foto: Homenagem da PSP ao agente António Doce

Évora, 15 dez 2020 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança presidiu hoje em Évora à Missa de corpo presente de António Doce, o agente da PSP que morreu na madrugada de domingo, após intervir numa situação de violência doméstica.

Na homilia da celebração, na igreja da Sagrada Família, D. Rui Valério prestou homenagem a um homem que, “na grandeza da dádiva da sua vida, elevou bem alto o esplendor de Portugal”.

“Esse esplendor consubstancia-se na capacidade de derramar o próprio sangue para salvar e proteger a vida dos outros; de nunca recusar proteger quem é mais débil e vulnerável; jamais aceitar que a injustiça ou o menosprezo da dignidade de um ser humano sejam tolerados, nem como facto privado, nem, tão-pouco, como ocorrência pública”, precisou o responsável católico, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.

A cerimónia contou com a presença de membros do governo, do diretor nacional da PSP e outras entidades.

O agente da Polícia de Segurança Pública, em Évora, morreu na madrugada de domingo, no hospital local, depois de ter sido atropelado por uma viatura, quando interveio, na rua, para travar uma situação de violência doméstica.

O bispo das Forças Armadas e de Segurança considerou que António Doce foi “testemunha dos mais elevados valores de uma sociedade solidária”, afirmando um “sentido obrigado pelo que revelou enquanto homem e pelo que deu enquanto Polícia”.

“Bem-aventurada a Polícia que, na pessoa dos seus agentes, chefes, oficiais, auxiliares civis, constitui uma reserva moral do País”.

D. Rui Valério destacou os “elevados padrões morais e éticos do reconhecimento e respeito pela dignidade de todos os seres humanos”, da PSP, “independentemente da cor, da raça, do género, do credo, ou de qualquer circunstância física ou psíquica, e até mesmo dos que não respeitam a autoridade policial”.

O responsável católico afirmou que a Polícia se afirma ao serviço dos outros, sobretudo de quem se encontra numa “condição de fragilidade e precisa do auxílio da autoridade policial”.

“Todos os gestos de dádiva, de serviço, de solidariedade que se vivem ao longo da vida são formas antecipadas da morte, da passagem para a vida que não conhece ocaso e, para o nosso irmão, esta sua passagem definitiva veio coroar não só o que foi a sua existência, como oferta e doação aos outros, mas também a vocação de ser Polícia”, acrescentou.

O bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança acabou com uma oração a São Miguel, para que “acompanhe e abençoe a Polícia de Segurança Pública”.

OC (Ecclesia)