O Regimento de Lanceiros Nº2 recebeu, no dia 9 de abril, a visita de D. Rui Valério, Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança.

Recebido pelo Comandante da Unidade, Coronel Gonçalves Mateus, pelo capelão, pe. António Teixeira e pelo Adjunto do Comandante, Sargento-Mor Tiago Ferreira, dirigiu-se, logo de seguida, para junto do Monumento Memorial aos Mortos, transladado do antigo Quartel na Calçada da Ajuda para o novo, na Amadora, para participar na Cerimónia de Homenagem aos Mortos.

O Auditório da Unidade encheu-se depois para a Celebração Eucarística, concelebrada pelo capelão da Unidade e pelo capelão do RAAA1, pe. Fernando Monteiro. Nela participaram os Oficiais, os Sargentos, os Praças e os Funcionários Civis do RL2, e a Animação Litúrgica esteve a cargo de um grupo de soldados do Regimento, dirigidos pelo pe. Monteiro.

Na sua homilia o prelado partiu do Mistério Pascal, o Sofrimento, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo, para referir o centro, o coração, da fé e da própria vida: “A Páscoa convida-nos a contemplar o facto de que Alguém ofereceu a sua vida para que muitos vivam, derramou o seu sangue para nossa salvação. A humanidade atinge desse Mistério razões e força para o seu viver, porque Alguém deu a vida por nós. Quando alguém opta por abraçar uma causa semelhante temos um homem ou uma mulher feliz, porque a felicidade está mais no dar do que no receber, no ser para os outros. Aqui está a síntese da vocação e da missão de uma Unidade – não vive para si própria, não vive para si mesma. Aliás a circunstância de estarmos a celebrar os 101 anos dos combatentes de La Lys, não esquecendo todos os outros combatentes, leva-nos a perguntar que combatentes são esses? São aqueles que fizeram do serviço ao outro, do derramar o seu sangue pelos outros, pela Pátria, a razão de ser da sua existência. A nossa felicidade vem daqui. Uma medalha um louvor é sempre testemunha de um ato heroico ao serviço dos outros. Tudo isto vamos alcançar no Mistério da Páscoa, onde contemplamos Aquele que, excelentemente, derramou o seu sangue para que os outros vivessem.”

Partindo depois do significado etimológico da palavra ressurreição, que significa “levantar”, “erguer”, D. Rui sublinhou a necessidade de se viver sobre esta inspiração que vem da Páscoa: “é a condição indispensável para chegarmos à meta da alegria, da autorrealização, da realização como pessoas, como homens, como militares. Porque se nós nos deixarmos estar a cada queda e não conseguirmos encontrar forças para nos erguermos então ficaremos pelo caminho.” Para isso, alertava o prelado, “necessitamos do outro, necessitamos do camarada. O tempo que nós investimos na camaradagem é um investimento valioso de onde depois vamos retirar benefício próprio. O camarada é aquele que caminha comigo na estrada onde eu às vezes caio, ocasião em que preciso de uma mão para me levantar. E quem se ergue depois da queda ressuscita.”

Terminou fazendo algumas considerações acerca da Batalha de La Lys, partilhando a opinião de alguns escritores alemães que consideram que a Alemanha nunca mais foi a mesma depois daquele dia. Salientou a valentia do soldado português e aludiu ao orgulho, à honra, que se deve sentir por sermos os herdeiros, os filhos, daqueles combatentes.

Depois da Missa seguiu-se uma visita às instalações, nomeadamente ao Canil, à Capela e à Coleção Visitável, concluindo-se a visita no almoço convívio, onde estiveram presentes todos os militares e civis da casa, e com a assinatura do Livro de Honra do Regimento de Lanceiros N°2.