Confirmar na fé e na amizade os portadores da condição militar e policial, eis o mote para a visita pastoral do Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, de 14 a 17 de Dezembro passado.
Visita Pastoral à Madeira
Confirmar na fé e na amizade os portadores da condição militar e policial
A convite de Sua Ex.cia o Comandante do Comando Operacional da Madeira, GEN. Marco Serronha, de 14 a 17 de Dezembro de 2015, o Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança realizou a sua primeira visita pastoral aos militares e polícias que aí prestam serviço. Com ela, procurou demonstrar o apreço pela missão de quem serve o País nesta belíssima e próspera Região Autónoma, muitos dos quais se encontram deslocados, pois são originários do Continente e, em menor número, também dos Açores. E, evidentemente, “confirmar os seus irmãos na fé”, para usar uma expressão que vem do início do cristianismo e sintetiza a função do bispo.
Proximidade pastoral na época natalícia
Foi escolhida esta altura do ano, não só por motivo do relevo que a Madeira dá ao Natal, expresso, por exemplo, nas iluminações de rua e, fundamentalmente, nas célebres “Missas do Parto”, mas para testemunhar o profundo respeito por estes homens e mulheres que constituem uma parte significativa do Ordinariato Castrense, muito embora este não tenha aí qualquer capelão oficial colocado. Por este motivo, D. Manuel Linda aproveitou também para agradecer ao P. Pedro Nóbrega o enorme apoio, a título de amizade e absolutamente gratuito, que tem prestado a estas Forças, e ao Bispo do Funchal, D. António Carrilho, o zelo e a dedicação a este sector.
Recebido na sala VIP do aeroporto internacional pelo GEN Serronha, pelo Bispo do Funchal e por representantes de todos os Ramos e Forças de Segurança, D. Manuel Linda deixou clara a razão pastoral da sua visita, posteriormente confirmada aos vários órgãos de comunicação social.
Programa intenso
Ao longo de quatro dias, o Ordinário Militar para Portugal contactou com as principais Unidades e Autoridades. Começou por apresentar cumprimentos ao Bispo do Funchal, no Paço Episcopal, a que se seguiu idêntico acto, no Palácio de São Lourenço, ao Comandante da Zona Militar da Madeira. Aí mesmo, recebeu cumprimentos de uma delegação de Oficiais, Sargentos, Praças e Funcionários Civis da ZMM e dirigiu-lhes uma palavra de saudação.
Após o almoço, apresentou cumprimentos ao Presidente da Assembleia Legislativa Regional da Madeira. Regressado ao Palácio de São Lourenço, assinou o Livro de Honra da Zona Militar da Madeira e, acto contínuo, apresentou cumprimentos ao Representante da República para a Região Autónoma da Madeira. Segui daí para o Regimento de Guarnição Nº 3, onde recebeu cumprimentos do Comandante, seu Estado-Maior e representantes de todas as classes e civis, inaugurou o tradicional Presépio e assinou o Livro de Honra.
Deslocou-se ao Comando da Zona Marítima da Madeira, onde se encontrou com quem aí presta serviço, dirigiu a palavra e procedeu à assinatura do Livro de Honra. À noite, foi homenageado com um Jantar no Palácio de São Lourenço, oferecido pelo Representante da República para a Região Autónoma da Madeira, com a presença de todas as principais figuras militares, religiosas, sociais e administrativas.
Contacto pessoal com os Ramos e Forças
No segundo dia da visita, D. Manuel começou por celebrar a Missa do Parto das FFAA, GNR e PSP, na igreja da Nazaré. Trata-se de uma entranhada tradição local, celebrada sempre por volta das seis horas da madrugada, de louvor à gravidez de Nossa Senhora, participada por grandes multidões que, no final, permanecem longo tempo em animado convívio. Esta Missa dos militares e polícias é muito frequentada, não só por motivos da simpatia que a população lhes dedica, como também pela qualidade musical, pois é acompanhada pela Banda Militar da Madeira.
De seguida, foi cumprimentar a Direcção da Liga dos Combatentes, que se mostrou a sede, o espaço de culto pronto para a inauguração e os projectos de futuro. Dirigiu-se, depois, ao Comando Operacional da Madeira onde recebeu cumprimentos de uma delegação de Oficiais, Sargentos, Praças e Funcionários Civis e participou no Almoço de Natal com representantes das FFAA, GNR, PSP e entidades religiosas. Assinou o Livro de Honra e reuniu com uma representação da Força Aérea, da Estação Radar N.º 4, situada no Pico do Areeiro. E fez-lhes a promessa de, na próxima visita, se deslocar a essa ER4.
À tarde, deslocou-se à Quinta Vigia, para apresentação de cumprimentos ao Presidente do Governo Regional da Madeira e, à noite, participou no Concerto de Natal, da Banda Militar, na Igreja da Ribeira Brava, e no jantar oferecido pela Câmara Municipal e Paróquia.
Conhecer e celebrar
No dia 16, concelebrou com D. António Carrilho a Missa do Parto, da Sé, e proferiu a homilia. Visitou várias obras de arte, restauradas por motivo da recente celebração dos quinhentos anos da criação da Diocese do Funchal e, acompanhado pelo Bispo local, percorreu as ruas da baixa para admirar os presépios, programas de animação e recriação de tradições madeirenses.
De seguida, visitou o Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana, onde contactou com os militares de serviço, dirigiu cumprimentos de boas festas, almoçou e visitou as instalações. Daí seguiu para o Comando Regional da Polícia de Segurança Pública. Num briefing e com a presença de todos os Comandantes do Comando Regional, Divisão, Esquadras e Destacamento dos Portos, foi informado da actividade local e dirigiu a todos palavras de estímulo e incentivo.
Finalmente, no dia 17, no norte da Ilha, celebrou a Missa do Parto na Paróquia de São Jorge, em jubileu pelos quinhentos anos da sua criação. Nesta Missa, costuma participar uma grande representação de militares. É que, não só São Jorge é o Padroeiro do Exército Português como, ao que parece, foi na área desta freguesia que se edificou a primeira instalação militar na Madeira: um Forte do qual ainda existem ruínas. O Pároco, P. Ronald Vieira, é um outro jovem sacerdote que nutre simpatia pelos militares e a quem estes muito respeitam.
Uma nota saliente: o espírito de proximidade
Desta visita, permanecem na memória do bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança muitas recordações agradáveis. No fundo, todas confluem nisto: uma imensa afabilidade e simpatia por parte de todos os que possuem a condição militar e policial; um forte sentido de responsabilidade e desejo de bem servir a comunidade; um acutilante sentido religioso, expresso, fundamentalmente, nos momentos fortes do calendário cristãos; uma notória integração na sociedade madeirense, quer a nível das entidades, quer da população em geral; o respeito desta pelos seus militares e polícias; etc.
Mas também existem aspectos menos bons: a situação de muitos militares e polícias de «deslocados» e a dificuldade de se conciliar a actividade profissional com a família; algum isolamento tipicamente insular; carência das grandes estruturas que só se encontram no Continente, etc. A nível religioso, não obstante a generosa dedicação do P. Pedro Nóbrega, precisa-se de um sacerdote que percorra habitualmente as várias Unidades para «escutar» as pessoas e os formar na fé.
No princípio da visita, D. Manuel Linda deixou muito claro que não ia em viagem de turismo, embora a Madeira seja cativante. Foi unicamente em trabalho pastoral. E foi isso o que os militares e polícias sentiram e apreciaram. O que fez desta uma visita pastoral… inesquecível.