A Diocese das Forças Armadas e de Segurança não deixa de cuidar, cultivar e fazer crescer um legado histórico e cultural que vai para além da missão de assistir os homens e mulheres ao serviço de Portugal. Onde estão as forças armadas e/ou as forças de segurança, aí está o Ordinariato Castrense. Assim apresentamos uma tentativa de representar todo o território nacional. O museu da GNR em Lisboa e o Regimento de Guarnição nº 1 na ilha Terceira, são dois de muitos locais a visitar, dois locais cheios de História e histórias que decerto farão ao visitante sentir orgulho e vontade de honrar a nação.
Não é à toa que a invocação de Nossa Senhora do Carmo é tão querida na Guarda Nacional Republicana. O quartel-general da mesma está, no que um dia foi, o Convento do Carmo em Lisboa, o que ruiu em 1755 e nos deu a expressão “Nem que caia o Carmo e a Trindade”.
Passa despercebido, mas ao lado da entrada para as ruínas do convento, há a entrada para o museu da GNR. Esta visita fará que se vislumbre o final da vida de quem mandou construir o convento. Grande devoto de Nossa Senhora, D. Nuno Álvares Pereira ou São Nuno de Santa Maria, vive os últimos anos de uma vida gloriosa numa cela que pode ser visitada. Impressiona o tamanho dela. Impressiona como o maior de um país coube em tão pequeno espaço. É também marcante o restante itinerário. Lá podemos ver a missão da GNR desde a sua génese até hoje. Tomamos conta de como foi formada e as competências que a guarda foi tendo. Também vemos a evolução dos uniformes, dos equipamentos, dos meios disponibilizados em cada época. Falamos de um espólio que remonta ao final do século XIV. Em suma, visitar onde o anterior regime oficialmente terminou e de onde saem diretrizes orientadoras para até as mais remotas comunidades, faz-nos sentir a realidade de sermos um grande organismo vivo.
Falando de comunidades remotas, damos agora um salto até à ilha Terceira. Na cidade de Angra do Heroísmo fica o Regimento de Guarnição nº1. Ele é parte integrante da história nacional e dele sai o lema da Região Autónima dos Açores – “Antes Morrer Livres que em Paz Sujeitos”. Este lema é da autoria de Ciprião de Figueiredo, grande apoiante de D. António Prior do Crato, numa altura em que só a Terceira era Portugal livre e independente. Devido à resistência local e por conveniência comercial, é contruído no istmo da península do Monte Brasil a fortaleza de São João Batista. É um monumento aos interesses do séc. XVI. Protegia os ocupadores da nação dos locais tal como protegia as naus na baía angrense. Posteriormente esta fortificação serviu os interesses liberais na guerra civil, e mais recentemente os nacionais ao albergar em tempos distintos, tropas alemãs e aliadas.
O Núcleo de História Militar do Museu de Angra do Heroísmo leva a cabo visitas pelos meandros da fortaleza que outrora foi cidadela. O visitante passa pelas muralhas, visita a cisterna, os baluartes, a porta principal e a ponte de acesso a esta, como também as prisões da outrora grande comunidade. A visita também contempla a imponente igreja de São João Batista e a sua cripta. Esta está desprovida quase na totalidade de arte sacra muito por causa de um incêndio. Ainda assim teve muitos propósitos e viu o seu auge aquando do exílio de D. Afonso VI, rei de Portugal, nesta fortaleza. Por outras palavras, visitar o RG1 é visitar um condensado da história terceirense.
Muitos outros locais podiam ter sido aqui referidos e podem ser acrescentados na lista: a Tapada Nacional de Mafra que é também património mundial da UNESCO; o aquário Vasco da Gama em Algés – Lisboa; e o Museu do Ar em Sintra.