Porto, 13 de Outubro de 2025 – O Comando Territorial do Porto da Guarda Nacional Republicana (GNR) assinalou o seu 17.º aniversário com uma cerimónia religiosa de grande solenidade, presidida pelo Bispo do Ordinariato Castrense de Portugal, D. Sérgio Dinis. A Eucaristia de Ação de Graças decorreu ao final da tarde de ontem, 13 de outubro de 2025, na emblemática Igreja dos Clérigos, um dos maiores símbolos arquitetónicos e espirituais da cidade Invicta.

A celebração, que reuniu distintas entidades militares, religiosas e civis, teve como anfitrião o Coronel Paulo Serra, Comandante do Comando Territorial da GNR do Porto, e contou com a presença de figuras como o Professor Doutor Sebastião Azevedo, Presidente da Assembleia Municipal do Porto, e representantes das Forças Armadas, Forças de Segurança, Magistratura, Ministério Público, Proteção Civil, e diversas Ordens Profissionais e Instituições. Concelebraram o Pe. Manuel Fernando, Presidente da Irmandade dos Clérigos, e o Pe. Paulo Silva, Capelão do Comando Territorial da Guarda Nacional
Republicana do Porto.

No início da celebração, na Monição Inicial, D. Sérgio Dinis sublinhou o significado do encontro na Igreja dos Clérigos, realçando que a Eucaristia é uma “expressão de fé e de gratidão, mas também de compromisso e de missão”, e que este momento solene se centra em Deus, “fonte de toda a autoridade e de todo o serviço.” O Bispo convidou os presentes a colocar diante do altar “as vidas e o trabalho de todos os homens e mulheres que, pela lei e pela grei, servem Portugal com dedicação e coragem.”

Na sua Homilia, D. Sérgio Dinis estabeleceu um paralelismo entre o chamamento do Apóstolo São Paulo e a vocação dos militares da GNR, destacando que o serviço público deve ser “não um carreirismo, mas uma vocação; não um lugar de domínio, mas uma entrega.” Dirigindo-se aos guardas, afirmou: “Também vós, guardas da ordem e da paz, fostes chamados: chamados à honra de proteger, à coragem de servir, à missão de dar rosto humano à lei e à segurança.”

O Bispo Castrense abordou ainda a exigência do Evangelho, onde Jesus aponta o “sinal de Jonas” – o sinal da conversão – como o verdadeiro sinal. Relacionando com os desafios da sociedade atual, onde as pessoas procuram “sinais de segurança, de paz, de esperança,” D. Sérgio Dinis advertiu: “não há segurança verdadeira sem verdade interior; não há ordem estável sem justiça. Toda a justiça que adia a reparação do mal perpetua a injustiça.”

O Prelado enalteceu a nobreza do serviço da Guarda Nacional Republicana, cuja missão é “garantir que a justiça possa realizar-se — assegurando a ordem, prevenindo o crime, protegendo a dignidade das pessoas e preservando as condições em que a justiça possa ser exercida com verdade e liberdade.”

Concluindo, o Bispo D. Sérgio Dinis exortou à fidelidade, à coragem e à conversão do coração, mesmo perante os “inimigos” difusos e globais da atualidade (terrorismo, crime digital, desinformação). Afirmou que o uniforme da GNR é um “hábito de santidade: santidade laica, discreta, feita de gestos diários,” e pediu a intercessão de Nossa Senhora do Carmo, Mãe dos guardas, para que o seu serviço continue a ser “farol de confiança e sinal de esperança para Portugal.”

O Bispo Castrense encerrou a sua reflexão com uma bênção final, desejando que o lema da GNR, “Pela lei e pela grei”, encontre sempre a sua raiz mais profunda no Evangelho: “Para honra do nome de Cristo e para bem de todos os homens.”

A comemoração do 17.º aniversário do Comando Territorial da GNR do Porto prosseguiu com um Momento Musical e um Espetáculo de Luz (‘Spiritus – Clérigos’), reforçando a ligação da Guarda à comunidade e à história da cidade.