Lisboa, 4 de novembro de 2025 — As Forças Armadas e as Forças de Segurança de Portugal cumpriram hoje, 4 de novembro, a tradição anual de honrar os seus membros falecidos. A Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos realizou-se na Eucaristia, celebrada na Igreja de São Francisco Xavier, no Restelo, em Lisboa. A cerimónia foi presidida por Sua Excelência D. Sérgio Dinis, Bispo do Ordinariato Castrense.

A Missa contou com a presença de altas figuras do Estado e da hierarquia militar e policial, sublinhando a importância institucional do tributo.

Entre os presentes, destacaram-se o Ministro da Defesa Nacional, Dr. Nuno Melo, o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, General José Nunes da Fonseca, e representantes máximos das forças de segurança, como o Comandante Geral da GNR, Tenente-General Rui Veloso, e o Diretor Nacional da PSP, Superintendente Chefe Luís Carrilho. O Vice-Almirante Luís Sousa Pereira, Chefe da Casa Militar, representou Sua Excelência o Presidente da República.

A organização e a animação litúrgica da celebração estiveram este ano a cargo da Polícia de Segurança Pública, que assegurou também o toque de Homenagem aos mortos, com a Guarda de Honra ao Altar a ser composta por cadetes dos vários Ramos e Forças.

Na sua Homilia, D. Sérgio Dinis abordou a complexa relação entre a fé e a morte, particularmente no contexto militar e de segurança, onde esta “não é uma ideia abstrata, mas uma companheira silenciosa”. O Bispo Castrense confrontou a tendência social de tentar “escondê-la”, afirmando que o serviço exige, muitas vezes, o sacrifício da vida. O prelado sublinhou que a fé cristã oferece sentido à perda, propondo um ato de confiança: “Nas tuas mãos, Pai de bondade, confiamos a vida dos nossos irmãos.”

Baseando-se nas Escrituras, D. Sérgio Dinis recordou o gesto de Judas Macabeu que, “inspirado na esperança da ressurreição”, ofereceu um sacrifício pelos soldados mortos, reforçando que “quem reza pelos mortos, ama como Deus ama: para sempre.”

Perante a dor do luto, o Bispo citou a palavra de Cristo a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá,” afirmando que Jesus não explica a morte, mas a vence.

O Bispo concluiu que a Eucaristia é um ato de fé e comunhão, onde a Igreja e Portugal não esquecem os que partiram. A celebração convida a viver entre a memória dos que serviram com coragem e entrega, e a esperança do reencontro na eternidade, já que, no amor de Deus, “Deus não perde ninguém”. D. Sérgio Dinis apelou a que se olhe a morte “com serenidade cristã, não como um fim, mas como uma passagem,” para que os vivos possam prolongar o testemunho dos falecidos.