Diocese das Forças Armadas e de Segurança assinalou Ano Santo, com celebração em Lisboa

Lisboa, 28 set 2025 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança presidiu hoje, em Lisboa, ao Jubileu do Ordinariato Castrense, pedindo que esta missão seja marcada pelo serviço à paz e aos mais desprotegidos.

“Que as vossas fardas e armas nunca sejam sinal de violência, mas de proteção”, disse D. Sérgio Dinis, na homilia da Missa celebrada na igreja de São Francisco Xavier, no Restelo.

A celebração esteve inicialmente prevista para o Terreiro do Paço, mas mudou de localização devido às condições meteorológicas.

O bispo das Forças Armadas e de Segurança alertou os participantes para a “indiferença” perante os que, “no meio do progresso tecnológico e da abundância de meios”, ficam “à margem, esquecidos, em silêncio”.

“Se não escutamos os pobres, se não damos atenção a quem sofre, estamos a cavar o abismo entre nós e Deus. Este Evangelho é exigente, mas profundamente libertador. O critério do juízo é o amor praticado ou recusado ao mais frágil”, apontou, a partir da passagem do Evangelho de São Lucas lida na celebração.

D. Sérgio Dinis apresentou uma reflexão sobre o significado do Jubileu na Bíblia, referindo que este “era um ano em que os escravos eram libertados, as dívidas perdoadas, as terras devolvidas, a vida recomeçada”, um tempo de “restituição e de reconciliação”.

“Deixemo-nos contagiar por essa esperança que não engana. Cada quartel, cada esquadra, cada posto seja uma escola de fraternidade”, apelou.

É tempo de recomeçar. É tempo de restituir esperança ao nosso país, à nossa sociedade, às nossas instituições. É tempo de reconciliação entre memória e futuro.”

O responsável católico disse aos membros das Forças Armadas e Forças de Segurança que o seu serviço tem “vocação jubilar”.

“Libertais quem está cativo do medo, protegeis quem está ameaçado, restituís paz às comunidades, reconciliais a sociedade com a sua própria dignidade. A finalidade última das Forças Armadas e das Forças de Segurança não é a guerra, nem a violência, mas a preservação da paz”, apontou, dando como exemplo as missões de paz no estrangeiro.

D. Sérgio Dinis deixou ainda uma palavra de agradecimento aos antigos combatentes, “memória viva de sacrifícios passados, de vidas entregues, de feridas sofridas”.

O bispo das Forças Armadas e de Segurança agradeceu a presença de autoridades militares, políticas e religiosas, assinalando a “comunhão na diversidade” que ali se registava.

O Ordinariato Castrense de Portugal é assim designado a partir de 1986, com a Constituição Apostólica ‘Spirituali Militum Curae’’; estão sob a sua jurisdição todos os fiéis militares e aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas, bem como os setores integrantes das Forças de Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública.

O Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança foi regulamentado em 2009, na sequência da Concordata assinada entre Portugal e a Santa Sé em 2004, sendo constituído pela Capelania Mor e pelos centros de assistência religiosa da Armada, do Exército, da Força Aérea, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública.

OC

Jubileu: «Que as vossas fardas e armas nunca sejam sinal de violência, mas de proteção», pede D. Sérgio Dinis