Lisboa, 18 de Novembro de 2025 – Realizou-se hoje, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, a cerimónia comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra (1914-1918), numa dupla homenagem à memória dos que caíram e num apelo à coragem para construir a Paz e a Justiça.

A jornada de tributo teve início com a celebração da Missa na capela do Forte, presidida pelo Vigário Geral Castrense, Padre Diamantino Teixeira.

Na sua homilia, o Pe. Diamantino, que saudou a presença da Liga dos Combatentes e dos Antigos Combatentes, destacou que a data do Armistício, celebrada a 11 de Novembro, convoca a uma reflexão sobre o “supremo valor da Paz”.

O Vigário Geral Castrense articulou a sua mensagem em dois pontos principais, usando figuras bíblicas para ilustrar a “Coragem para a Guerra” e a “Coragem para a Paz”:
• A Coragem da Fidelidade (Eleázar): Referindo a história de Eleázar (2 Mac 6, 19), o sacerdote enalteceu a Gratidão e a Memória dos combatentes que, por “fidelidade ao Dever e à Pátria”, demonstraram uma coragem suprema. Sublinhou que honrar os mortos é um “legado” de valores e a prova de que “o medo é superado pelo Amor”.

• A Coragem para a Paz (Zaqueu): O foco deslocou-se para o presente e futuro com o Evangelho de Zaqueu (Lc 19, 10). O Padre Diamantino Teixeira comparou a “ganância, a desconfiança e a injustiça” que geram a guerra ao pecado de Zaqueu, e afirmou que a verdadeira Paz, que o Armistício desejou selar, é “o fruto da Justiça e da Reparação”. A Liga dos Combatentes, com a sua missão de apoio social, foi referida como a encarnação do “espírito de Zaqueu”, na “reparação contínua da dívida da Pátria para com os seus filhos”.

Concluindo, o Vigário Geral Castrense deixou um apelo: que a celebração não seja “apenas um toque de silêncio, mas um grito de compromisso em prol da paz, da justiça e do apoio aos nossos combatentes.”

Após a Missa, a Cerimónia Militar decorreu sob a presidência do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), General José Nunes da Fonseca.

Os momentos mais significativos da cerimónia foram a solene homenagem a todos os que lutaram e faleceram ao serviço da Pátria, um tributo aos sacrifícios da Grande Guerra e de todas as missões. Seguiu-se a condecoração de vários ex-combatentes, um reconhecimento formal do seu valor e do seu serviço à Nação.

A solenidade do evento foi sublinhada pela presença de diversas autoridades civis, militares e religiosas, que incluiu o General José Nunes da Fonseca, o Dr. Pedro Pessanha (Presidente da Comissão de Defesa Nacional), o Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues (Presidente da Liga dos Combatentes), bem como Oficiais Generais, representantes de embaixadas, autoridades autárquicas e membros das diversas estruturas militares e de segurança.