ORAÇÃO DO ROSÁRIO

Vamos rezar o terço, conforme o pedido insistente de Nossa senhora neste lugar, e concluiremos este momento de oração com a consagração dos nossos países ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria, pedindo o seu auxílio e proteção no momento de tribulação que vivemos atualmente.

Hoje estão unidos a nós cristãos de muitos países do mundo, a quem saudamos.

Neste dia solene, em que a Igreja celebra a Anunciação a Maria de que ela seria a Mãe de Jesus, queremos confiar ao seu coração materno as nossas súplicas, para que as apresente junto de Deus e interceda por nós. Queremos pedir:

– pelas vítimas diretas e indiretas da pandemia que nos atinge;

– pelos profissionais de saúde, incansáveis nos seus esforços por socorrer os doentes;

– pelas autoridades, no seu esforço para encontrar soluções;

– e por todos nós e pelas nossas famílias.

Nesta Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, estão sepultados os santos Francisco e Jacinta Marto, também eles vítimas de uma pandemia. Peçamos igualmente a sua intercessão, especialmente a de Santa Jacinta, de quem celebramos o centenário da sua morte: ela, que experimentou a solidão do hospital nos seus últimos momentos, console com a sua intercessão tantos doentes que, nestes dias e de forma dramática, experimentam a solidão do isolamento a que estão sujeitos.

Meditamos os mistérios gozosos.

Primeiro mistério: a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora.

Do Evangelho de S. Lucas:

“Entrando onde ela estava, disse-lhe o Anjo: «Salve, cheia de graça, o Senhor está contigo!» Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que espécie de saudação seria esta. Disse-lhe o Anjo: «Não tenhas medo, Maria, pois encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no ventre e darás à luz um filho, e chamá-lo-ás com o nome de Jesus!»”. (Lc 1, 28-32)

Este é o mistério que a Igreja, hoje, celebra festivamente: o início do mistério da encarnação. Sempre que vem ao nosso encontro, Deus exorta-nos a vencer o medo e a confiar n’Ele, como Maria.

Neste mistério, peçamos a sua intercessão, para que, no momento de tribulação que experimentamos, não cedamos ao medo que paralisa, mas confiemos no Senhor, que não nos abandona.

Segundo mistério: A visita de Nossa Senhora a sua parente Isabel.

Do Evangelho de S. Lucas:

“Por aqueles dias, Maria levantou-se, foi apressadamente para a montanha, para uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. … Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Levantando, então, a voz com forte brado, disse: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!»”. (Lc 1, 39-42)

Maria é por excelência “portadora de Cristo”, isto é, aquela que se pôs a caminho para levar Jesus a Isabel. Como então, Maria continua hoje a trazer-nos Jesus Cristo e a conduzir-nos continuamente até Ele.

Neste mistério, peçamos por todos os cristãos, para que, com o seu testemunho de atenção aos mais necessitados, sobretudo nestes momentos difíceis, saibam ser, como Maria, “portadores de Cristo” e da sua esperança.

Terceiro mistério: O nascimento de Jesus em Belém.

Do Evangelho de S. Lucas:

“Enquanto (Maria e José) estavam (em Belém), cumpriram-se os dias de ela dar à luz. E deu à luz o seu filho primogénito, envolveu-o em panos e reclinou-o numa manjedoura”. (Lc 2, 6-7)

O nascimento de Jesus é revelação do imenso amor de Deus por nós. Porque, em Jesus, Deus assume a nossa condição frágil, Ele conhece os nossos sofrimentos, preocupações e angústias.

Neste mistério, peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé e a nossa confiança n’Ele em todos os momentos, mas sobretudo nestes tempos de tribulação.

Quarto mistério: a apresentação do Menino Jesus no Templo.

Do Evangelho de S. Lucas:

“Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Eis que [este menino] está aqui para a queda e o ressurgir de muitos em Israel e para ser um sinal de contradição – e uma espada trespassará a tua própria alma» – a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações”. (Lc 2, 34-35)

Maria é a “Virgem oferente”, que, no Templo, oferece ao Senhor o seu Filho e se oferece com Ele a Deus (cf. Marialis cultus, n. 20). Mas a oferta da sua vida é marcada pela espada de dor, anunciada por Simeão.

Neste mistério, peçamos a intercessão de Maria para, como ela, fazermos da nossa vida uma oferta agradável a Deus, sem termos medo do sofrimento que daí pode advir.

Quinto mistério: A perda e o encontro do Menino Jesus no Templo, entre os doutores.

Do Evangelho de S. Lucas:

“Sua mãe disse a Jesus: «Filho, porque nos fizeste isto? Eis que teu pai e eu estávamos aflitos à tua procura!» Ele disse-lhes, então: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que é necessário que eu esteja na casa de meu Pai?» Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse”. (Lc2, 48-50)

Como Maria e José, também nós, em tantas ocasiões, sobretudo no meio das dificuldades, não compreendemos o que Jesus nos diz ou estamos pouco recetivos às suas palavras.

Neste mistério, peçamos-lhe, por intercessão de Maria, a graça da disponibilidade para a sua vontade, mesmo quando a não compreendemos totalmente.

3 Avé-Marias finais

ORAÇÃO DA CONSAGRAÇÃO

Introdução:

Caros Irmãos e Irmãs

Ao terminarmos este este momento de oração, Sua Eminência, o Senhor Cardeal D. António Marto, em nome dos bispos de Portugal e Espanha, renova o ato de consagração ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria.

Quiseram unir-se a este ato de consagração as conferências episcopais de outros países:

  1. ALBÂNIA
  2. BOLÍVIA
  3. COLÔMBIA
  4. COSTA RICA
  5. CUBA
  6. ESLOVÁQUIA
  7. GUATEMALA
  8. HUNGRIA
  9. ÍNDIA
  10. MÉXICO
  11. MOLDÁVIA
  12. NICARÁGUA
  13. PANAMÁ
  14. PARAGUAI
  15. PERU
  16. POLÓNIA
  17. REPÚBLICA DOMINICANA
  18. ROMÉNIA
  19. TANZÂNIA
  20. ZIMBABWE

Mas além das Conferências episcopais destes países, muitos outros grupos e fiéis de todo o mundo manifestaram o desejo de se associarem a este ato, que acompanharemos, agora, fervorosamente.

Consagração da Igreja em Portugal e Espanha

ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria

Santuário de Fátima, Basílica de Nossa Senhora do Rosário, 25 de março de 2020

Coração de Jesus Cristo, médico das almas,

Filho amado e rosto da misericórdia do Pai,

a Igreja peregrina sobre a terra,

em Portugal e Espanha, nações que tuas são,

olha para o teu lado aberto, sua fonte de salvação, e suplica:

— nesta singular hora de sofrimento,

assiste a tua Igreja,

inspira os governantes das nações,

ouve os pobres e os aflitos,

exalta os humildes e os oprimidos,

cura os doentes e os pecadores,

levanta os abatidos e os desanimados,

liberta os cativos e os prisioneiros

e livra-nos da pandemia que nos atinge.

Coração de Jesus Cristo, médico das almas,

elevado no alto da Cruze tocado pelos dedos do discípulo no íntimo do cenáculo,

a Igreja peregrina sobre a terra,

em Portugal e Espanha, nações que tuas são,

contempla-Te como imagem do abraço do Pai à humanidade,

esse abraço que, no Espírito do Amor, queremos dar uns aos outros

segundo o teu mandato no lava-pés, e suplica:

— nesta singular hora de sofrimento,

ampara as crianças, os anciãos e os mais vulneráveis,

conforta os médicos, os enfermeiros, os profissionais de saúde e os voluntários cuidadores,

fortalece as famílias e reforça-nos na cidadania e na solidariedade,

sê a luz dos moribundos,

acolhe no teu reino os defuntos,

afasta de nós todo o mal

e livra-nos da pandemia que nos atinge.

Coração de Jesus Cristo, médico das almas e Filho da Virgem Santa Maria,

pelo Coração de tua Mãe,

a quem se entrega a Igreja peregrina sobre a terra,

em Portugal e Espanha, nações que, desde há séculos, suas são,

e em tantos outros países,

aceita a consagração da tua Igreja.

Ao consagrar-se ao teu Sagrado Coração,

entrega-se a Igreja à guarda do Coração Imaculado de Maria,

configurado pela luz da tua Páscoa e aqui revelado a três crianças

como refúgio e caminho que ao teu coração conduz.

Seja a Virgem Santa Maria, a Senhora do Rosário de Fátima,

a Saúde dos Enfermos e o Refúgio dos teus discípulos gerados junto à Cruz do teu amor.

Seja o Imaculado Coração de Maria, a quem nos entregamos, connosco a dizer:

— nesta singular hora de sofrimento,

acolhe os que perecem,

dá alento aos que a Ti se consagram

e renova o universo e a humanidade.

Ámen.