Como é habitual, por alturas do seu “Dia”, a Força Aérea sabe «descolar» na direcção de Deus e fazer acção de graças.
A 26 de Junho, na sua igreja de São Domingos de Benfica, a Força Aérea juntou-se para fazer acção de graças por sessenta e quatro anos da sua constituição como Ramo das Forças Armadas, comemorar o centenário da aviação militar e sufragar os que, entretanto, já «descolaram» para as alturas de Deus.
Com a presença do actual e antigos Chefes de Estado-Maior, Chefe da Casa Militar do Presidente da República, representantes da Armada, Exército, Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública, militares da Força Aérea de todas as patentes, civis e amigos, foi celebrada a Missa dominical por D. Manuel Linda e concelebrada por todos os capelães deste Ramo. Participou também o Diác. Baltar.
Na homilia, comentando as leituras e partindo do que lhe é dado ver de evolução tecnológica, humana e cultural, o presidente da celebração afirmou: “As leituras de hoje falam-nos de mudança: Eliseu que deixa a vida de agricultor abastado para iniciar uma missão profética e Jesus que, segundo a maneira de São Lucas organizar o seu Evangelho, termina a missão na Galileia e «toma a decisão firme» de se dirigir para a Judeia. Não para realizar apenas uma mudança geográfica, mas para reconfigurar a religião: no tempo de Jerusalém, de facto, em nome da fidelidade cega à Lei tinha-se esquecido o rosto misericordioso de Deus. Os próprios discípulos Tiago e João acusam esta mentalidade. Mas Jesus reconduz a religião a uma dimensão muito mais humana e afectiva: sentir o pulsar do coração de Deus que bate em nosso favor. Caros militares e civis da Força Aérea, viver a radicalidade da nossa condição baptismal é sentir o bater deste coração de Deus e responder-lhe com uma fé profunda e continuamente aprofundada, uma fé vivida na comunidade orante que é a Igreja e uma fé colocada como fermento de transformação do mundo”
D. Manuel Linda aproveitou a presença da televisão para exemplificar os altos valores vividos na Força Aérea, de forma que a comunidade nacional disso se dê conta: nas buscas e resgates, por vezes em condições extremas, no transporte de órgãos humanos para transplante e de outros meios médicos, na vigilância das nossas costas e dos emigrantes que cruzam o Mediterrâneo, etc. Muitas vezes, estes militares chegam a correr riscos de vida para que outros vivam.
Como habitualmente, animou a liturgia o coro da Academia da Força Aérea que, mais uma vez, demonstrou que se pode ser jovem e saber rezar.