Lourdes, 18 de maio de 2025 – A 65.ª Peregrinação Militar Internacional (PMI) a Lourdes encerrou hoje, após três dias de intensa espiritualidade e fraternidade entre militares de aproximadamente 40 nações. Sob o tema “Militares, Peregrinos da Esperança”, o evento reuniu mais de 17.000 participantes, incluindo uma delegação portuguesa, reforçando os laços de fé e camaradagem entre as Forças Armadas e Forças de Segurança do mundo.

A peregrinação, que teve início na sexta-feira, 16 de maio, foi marcada por momentos de reflexão e devoção profunda. O ponto alto ocorreu no sábado à noite, quando mais de 20.000 pessoas participaram na Procissão das Velas, iluminando o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes com luz e oração. O Rosário foi recitado em várias línguas, simbolizando a universalidade da fé católica.

O encerramento solene aconteceu hoje com a Missa Internacional na Basílica de S. Pio X, presidida por D. Antoine de Romanet, Bispo das Forças Armadas Francesas. Na sua homília, o prelado francês destacou o papel dos cristãos como instrumentos do Amor divino, portadores de paz e alento num mundo marcado pela instabilidade.

Este ano, coube à Marinha Portuguesa a representação nacional, continuando uma tradição iniciada em 1958, mas enraizada nos gestos de reconciliação pós-Segunda Guerra Mundial. Aos cadetes da Escola Naval coube a honra de escoltar o Estandarte Nacional durante as cerimónias. A delegação portuguesa foi acompanhada pelo Contra-Almirante Carlos Osvaldo Rodrigues Campos, Comandante da Escola Naval.

Acompanhados pelo Bispo Castrense de Portugal, D. Sérgio Dinis, e por oito capelães militares, os cerca de 150 peregrinos portugueses – incluindo membros da Marinha, Exército, Força Aérea e Guarda Nacional Republicana, assim como seus familiares – vivenciaram momentos de grande espiritualidade.

Um dos destaques foi a apresentação do Grupo Dixieland da Marinha Portuguesa, que animou os peregrinos com seu repertório musical, levando “o som de Portugal” a ecoar em Lourdes.

A PMI tem as suas origens no pós-guerra, quando militares de diferentes nacionalidades se reuniram em Lourdes para rezar pela paz e reconciliação entre os povos. Desde então, tornou-se um evento anual que transcende fronteiras, unindo soldados na fé e no serviço.

Para as Forças Armadas e Forças de Segurança Portuguesas, esta peregrinação também representa uma oportunidade para fortalecer o espírito de missão e o compromisso com valores humanitários, lembrando que, além da sua dimensão operacional, os militares são chamados a ser um sinal de esperança no mundo.

Com o encerramento desta 65.ª edição, os militares regressam aos seus países levando consigo a mensagem de união e esperança que caracteriza a Peregrinação a Lourdes. Portugal reafirmou mais uma vez o seu lugar neste encontro único, onde a fé e o serviço às nações se entrelaçam em profunda harmonia.