Ontem, dia 18 de dezembro, realizou-se a tradicional “Missa de Natal” no Campo Militar de Santa Margarida, às 11h00, e à tarde, no Estabelecimento Prisional de Tomar, pelas 15h00. As cerimónias contaram com a presença de diversas personalidades civis e militares, destacando a importância do evento para a comunidade militar e para os reclusos.
No Campo Militar de Santa Margarida, o evento teve a presença do Brigadeiro-General Afonso Calmeiro, juntamente com os comandantes das diferentes unidades da BrigMec e do Comandante do Campo Militar e Santa Margarida. Também marcaram presença o Presidente da Câmara Municipal de Constância, Sérgio Oliveira, e o Presidente da Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada, José Ricardo. Os capelães, Pe. Benjamim, Capelão Adjunto para o Exército, e Pe. Jorge Gonçalves, Capelão das Unidades, completaram a lista de convidados.
No Estabelecimento Prisional de Tomar, a celebração teve a participação do Major-General Dias Martins, Diretor de Serviços de Pessoal, do Tenente Coronel Oliveira Capitulino, Comandante do EPM, e de duas visitadoras do Grupo S. Maximiliano Kolbe do Porto, que trouxeram uma mensagem de amor e esperança aos reclusos.
A celebração foi presidida por D. Rui Valério, Administrador Apostólico do Ordinariato Castrense. Na sua homilia, D. Rui fez uma reflexão profunda sobre a condição de soldado, recordando um diálogo impactante entre um soldado e um capelão, ocorrido nas trincheiras de La Lys a 9 de abril de 1918. O prelado destacou que a essência do serviço militar reside na entrega ao próximo e à nação, afirmando que a memória dos que sacrificaram a vida por Portugal permanece viva entre nós.
D. Rui Valério comparou a imagem do Presépio à vida contemporânea. Destacou três valores centrais:
1. A dignidade do ser humano: O prelado sublinhou a importância de cuidar do próximo, lembrando que, acima de tudo, devemos valorizar a vida e a dignidade de cada indivíduo.
2. A vida em comunidade: Referiu que, assim como no Presépio existem várias figuras além de Jesus, também na nossa sociedade a convivência em comunidade é fundamental. Devemos viver para servir os outros, criando laços de solidariedade e apoio mútuo.
3. A esperança de vida eterna: D. Rui fez uma analogia entre o nascimento e a morte de Jesus, ressaltando que, mesmo nas condições mais humildes, como quando nasceu embrulhado em lençóis e colocado numa manjedoura, a mensagem de esperança e renovação perdura. Citou um poema de Sophia de Mello Breyner que evoca a força dos sonhos e a capacidade de renascimento, mesmo diante da adversidade.
No final da celebração, D. Rui Valério teve a oportunidade de visitar os reclusos do EPM, transmitindo-lhes palavras de conforto e encorajamento. Esta visita reforçou a mensagem de esperança e fé, lembrando que, independentemente das circunstâncias, todos têm um papel a desempenhar na construção de um futuro melhor. A Celebração de Natal, assim, não apenas celebrou o nascimento de Jesus, mas também fortaleceu os laços de comunidade e solidariedade entre os presentes.