Terceira sessão dos colóquios «O desafio da (i)Humanidade de Grupo» contou com intervenções das Dioceses de Bragança-Miranda, Forças Armadas, Funchal, Vila Real e Viseu
Lisboa, 03 mar 2021 (Ecclesia) – O bispo da Diocese das Forças Armadas e Forças de Segurança afirmou hoje que a pandemia acentuou a “mudança de época” em curso e reclama da Igreja Católica a capacidade para fazer “uma proposta e um convite”.
D. Rui Valério lembrou na terceira sessão dos colóquios “O desafio da (i)Humanidade de Grupo” a afirmação do Papa Francisco, quando refere que “mais do que uma época de mudanças”, assiste-se a uma “mudança de época”, que coloca a sociedade rumo a um “um novo tempo”.
“Pelos exemplos e pelos casos da História, sempre que há um novo tempo, há duas coisas que são necessárias: uma proposta e um convite”, disse o bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança
D. Rui Valério disse que o primeiro desafio é “sentir que há uma mensagem”, uma “qualquer coisa” a apresentar, que se sintetiza na “palavra vida, no sentido evangélico” e disse que o o convite à conversão, à mudança, o que “exige coragem à Igreja Católica”.
O sargento Joaquim Marçalo, numa intervenção em representação da Diocese das Forças Armadas e Forças de Segurança, lembrou que hoje os militares trabalham em “operações de paz”, como acontece na atual pandemia, com homens e mulheres que “dão a sua vida pelos cidadãos”.
No terceiro encontro do ciclo “O desafio da (i)Humanidade de grupo” para analisar o documento ‘Recomeçar e Reconstruir’, da Conferência Episcopal Portuguesa, partilharam também os seus pontos de vista representantes das Dioceses de Bragança-Miranda, Funchal, Vila Real e Viseu.
Henrique Ferreira, da Diocese de Bragança-Miranda, alertou para a necessidade de ser criado um “programa nacional de formação de adultos em tecnologias da informação”.
“A infoexclusão agravou as desigualdades, através das escolas, da proliferação das solicitadorias, que é uma área da exploração dos pobres”, afirmou.
O presidente da Comissão Justiça e Paz de Bragança-Miranda disse que, em Bragança, “não há mais de meia dúzia de aldeias onde a internet e a televisão chegue em boas condições” e valorizou o trabalho de coordenação do voluntariado desenvolvido pela Diocese de Bragança-Miranda e o Instituto Politécnico de Bragança.
O presidente da Cáritas Diocesana do Funchal lembrou que a economia na Região Autónima da Madeira depende do turismo, por isso, “há famílias inteiras” no desemprego
Duarte Pacheco disse que a instituição esteve sempre “na linha da frente” a prestar respostas sociais e configura agora a sua ação para combater a solidão, através de um uma equipa que contacta as pessoas que são ajudadas.
Sandra Marcelino, da Diocesana de Vila Real, sublinhou a necessidade de “reforçar o papel da sociedade no seu todo” na procura de respostas sociais “em proximidade”, deixando cada cidadão a sua “pegada de apoio”, “seja na área reflexiva ou científica, seja no terreno”.
“No nosso AND temos de ser agentes de mudança”, afirmou a representante da Cáritas Diocesana de Vila Real, que dinamiza “Contratos Locais de Desenvolvimento Social” (CLAB) para garantir a coesão territorial “em várias vertentes” e o apoio a quem precisa, nomeadamente imigrantes, sem possibilidade de serem apoiados na educação, e desempregados que chegam até às estruturas locais com “gravíssimos problemas de rendas em atraso, alimentação para colocar na mesa, pagamentos de luz, de água.
O presidente da Cáritas de Vise valorizou o trabalho de rejuvenescimento da organização, no contexto da preparação para a Jornada Mundial da Juventude, as ações de proximidade e os sinais de “generosidade espontânea” de empresas que desejam “exercer a sua responsabilidade social”, grupos profissionais, cidadãos e também estruturas de outros países.
“Assistimos à internacionalização da generosidade: fomos contactados por uma diocese alemã que se propõe ajudar a Diocese de Viseu no âmbito da crise Covid”, afirmou.
Na próxima quarta-feira, dia 10 de março, inicia-se no ciclo de debates “O desafio da (i)Humanidade de grupo” o diálogo sobre o documento da Conferência Episcopal Portuguesa “Desafios pastorais da pandemia à Igreja em Portuga”, com a intervenções das dioceses de Coimbra, Guarda, Lamego, Leiria-Fátima.
PR (Ecclesia)