Lamego, 27 de junho de 2025 – O Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE) de Lamego celebrou hoje o seu 65.º aniversário, contando com a presença de D. Sérgio Dinis, Bispo do Ordinariato Castrense de Portugal, que presidiu a uma Missa na Igreja de Santa Cruz. As comemorações contaram também com a presença de diversas altas entidades civis e militares, incluindo o Chefe do Estado Maior do Exército, General Mendes Ferrão, o Vice Chefe do Estado Maior do Exército, Tenente-General Maia Pereira, o Diretor Honorífico da Especialidade, Tenente-General Campos Serafino, Oficiais Generais, o Comandante do Centro de Operações Especiais, COR Paulo Roxo, o Pro-Vigario-Geral Con. João Carlos, o Pe. Vicente, Capelão do Centro de Tropas de Operações Especiais, o Capelão do RI19, Pe. António Joaquim, Oficiais, Sargentos, Praças e Trabalhadores Civis do CTOE.

A Celebração Eucarística, que marcou o início do programa comemorativo, teve como um dos pontos altos a bênção das boinas e das insígnias de Operações Especiais (OE), que foram entregues aos militares que concluíram com sucesso o Curso de Operações Especiais e o Curso Sniper de Operações Especiais.

Na sua homilia, D. Sérgio Dinis dirigiu-se aos militares de Operações Especiais, carinhosamente designados como “Rangers de Lamego”, sublinhando a importância do dia, que coincide com a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. O Bispo iniciou a sua intervenção destacando a imposição da boina como um símbolo de superação e compromisso, após um caminho árduo.

D. Sérgio Dinis traçou um paralelo entre a Palavra de Deus e a vocação dos militares, destacando que Deus é um “Deus com coração”, que cuida e vai ao encontro dos mais necessitados, tal como o pastor da parábola que busca a ovelha perdida (Lc 15, 3-7). Citando o profeta Ezequiel (Ez 34, 11-16), reforçou a imagem de Deus como um pastor que “apascenta as suas ovelhas”, “reconduz a que anda tresmalhada” e “liga a que está ferida”.

O Bispo salientou a afinidade entre a vocação cristã e a do militar de Operações Especiais: “Também vós fostes preparados para entrar onde poucos entram, para agir em cenários de risco, para cuidar onde o caos impera. Há uma afinidade entre a vocação cristã e o que significa ser Militar de Operações Especiais: estar disponível para servir com competência, mas com coração.”

Referindo-se à encíclica Dilexit nos do Papa Francisco, D. Sérgio Dinis frisou que o Coração de Jesus “não é um símbolo devocional fechado sobre si mesmo, mas um coração aberto, trespassado, entregue, que nos envia”. Desafiou os militares a que cada missão e cada gesto de liderança sejam marcados não apenas pela eficácia tática, mas pela nobreza de coração, exortando-os a serem “homens de coração”.

Ao abordar a boina verde, D. Sérgio Dinis explicou que esta não é apenas um sinal exterior, mas uma “segunda pele” que identifica os militares como elite, homens de coragem interior, formados para resistir, persistir e proteger. Concluiu a homilia salientando que o verdadeiro triunfo vai além da vitória, residindo em saber “para quem e porque se luta”, e que o Coração de Jesus ensina a dar a vida pelos confiados, transformando-os em “guardiões do que é humano”. A mensagem final, “Que os muitos, por ser poucos, não temamos. Com Cristo no coração, a missão nunca se cumpre sozinho. Ámen”, ecoou a divisa da unidade.

Após a Eucaristia, seguiu-se a cerimónia militar, um momento de profundo respeito e orgulho para a Unidade. Foram prestadas homenagens sentidas aos militares que tombaram em combate, um tributo à memória e sacrifício. Os discursos proferidos pelo Comandante do CTOE, Coronel Paulo Roxo, e pelo General Chefe do Estado-Maior do Exército, reforçaram o espírito e a importância da Unidade.

A cerimónia incluiu ainda a imposição de condecorações, a leitura solene dos Mandamentos do Ranger e a imposição das boinas aos novos Operacionais, culminando com o desfile das Forças em Parada, que encerrou as comemorações dos 65 anos de “Vontade e Valor” do Centro de Tropas de Operações Especiais.